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Policia MT
Quarta - 15 de Fevereiro de 2012 às 07:53
Por: ALECY ALVES

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GERALDO TAVARES/DC
Valdecy Silva (dir.) conversa com o delegado João Alencar: “Deus esteve presente, mostrando o que aconteceu”
Valdecy Silva (dir.) conversa com o delegado João Alencar: “Deus esteve presente, mostrando o que aconteceu”
Saiu da arma de um policial militar, uma pistola.40, o tiro que matou o jovem Jeferson Augusto da Silva, de 19 anos, no Jardim Glória II, em Várzea Grande. O crime ocorreu durante uma suposta perseguição policial na madrugada do dia 25 de janeiro deste ano, logo depois de a vítima, que não tinha carteira de habilitação, ter furado uma barreira feita pela PM.

O nome do policial, um soldado que ingressou recentemente na carreira policial, está sendo mantido em sigilo pelas polícias civil e militar. A reconstituição do crime deve acontecer nos próximos dias, possivelmente ainda esta semana.

Além de comprovar a autoria do disparo que atravessou a nuca e saiu na boca do rapaz, o inquérito comprova que não houve confronto e que o mais provável é que a arma encontrada dentro do carro de Jéferson, um revólver calibre 32, tenha sido “plantada” na cena do crime.

A morte dele é o resultado de uma ação policial que envolveu quatro guardas municipais e dois PMs. Ontem à tarde, o delegado que preside o inquérito civil, João Alencar, e o oficial responsável pelo IPM, capitão Valdez Moura Tapajós, do 4º Batalhão, se reuniram na Delegacia de Homicídios (DHPP), em Cuiabá, para informar o resultado do laudo de balística.

Conforme Alencar, o revólver achado no carro de Jéferson tinha munições intactas e picotadas, talvez uma maneira encontrada pelos envolvidos na ocorrência de tentar comprovar que a vítima atirou contra eles, porém a arma falhou.

Classificando a presença do revólver no carro uma “prova indevida”, Antônio Alencar observa que não havia chamusco ou qualquer resíduo indicando que a vítima fez disparos com essa arma. Como muitas pessoas tocaram na arma, a possibilidade de prova por meio de impressão digital ficou prejudicada, segundo o delegado.

A apuração mostra que a perseguição ao rapaz se estendeu por cerca de quatro quilômetros, começando em uma barreira montada na Avenida da FEB, próxima ao trevo de acesso à Ponte Nova, atravessou vários bairros e terminou em tragédia em uma rua sem saída do Jardim Glória II.

E, ainda, que os policiais e guardas municipais fizeram pelo menos quatro disparos contra a vítima. O tiro que matou Jéferson, por exemplo, teria sido disparado a uma distância de pelo menos cinco metros. O carro dele apresentava sinais de tiros nos para-lamas traseiros e dianteiros esquerdos.

Jéferson, que trabalhava como auxiliar de pedreiro desde os 12 anos, era casado, tinha uma filha de sete meses, e acabara de aprender a profissão de Mecânico de Suspensão na expectativa de conseguir um emprego com salário melhor. Ele não tinha passagem pela polícia.

Abalado pela morte do filho, Valdecy Silva, que esteve na DHPP ontem à tarde, disse que se sente aliviado com o resultado do inquérito e agora espera que a justiça seja feita. “Quero esses policiais expulsos e presos”, desabafou.

“Plantaram arma no caso, tentaram provar que meu filho atirou contra a viatura, mas Deus esteve presente, mostrando o que aconteceu”, completou.

Valdecy informou que parentes e amigos de Jéferson estão organizando uma manifestação de protesto para o final da tarde de hoje, na frente do 4º Batalhão da PM, em Várzea Grande.




Fonte: Do DC

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