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Nacional
Segunda - 06 de Fevereiro de 2012 às 19:25

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A Federação Internacional de Jornalistas (IFJ) ecoou nesta segunda-feira a denúncia da emissora britânica "BBC" de que os parentes dos jornalistas de seu serviço de notícias em persa estão sendo perseguidos pelas autoridades iranianas.

"Estamos consternados por estas medidas que representam manter sequestrados familiares de jornalistas com o único fim de solapar a independência editorial de nossos companheiros", afirmou o presidente da IFJ, Jim Boumelha, em comunicado.

O diretor-geral da "BBC", Mark Thompson, denunciou, na própria rede de televisão britânica, que se trata de um "padrão crescente" no Irã, que persegue e intimida familiares de jornalistas que trabalham para o serviço em persa fora do país.

Thompson citou como exemplo o caso da irmã de uma jornalista que trabalha para este serviço em Londres e que foi recentemente detida por acusações não especificadas em uma prisão de Teerã, ameaçada e intimidada.

"Ela tinha certeza que seu caso estava relacionado com o fato de que sua irmã trabalha para o serviço em persa em Londres", relatou.

Na opinião da IFJ, "o regime está empenhado em expandir seu impiedoso controle sobre as pessoas que estão fora de seu alcance e não hesita em se intrometer em sua vida familiar".

O caso da irmã da jornalista detida é apenas o mais recente de vários casos de intimidação que membros da "BBC" de origem iraniana sofreram, visto que alguns tiveram passaportes confiscados para impedir que saíssem do país, de acordo com a IFJ.

Para Thompson, esta "campanha sistemática" de perseguição e intimidação tem dois objetivos: conseguir com que os jornalistas abandonem o serviço em persa ou que se tornem informantes dos serviços de inteligência iranianos.

A IFJ advertiu que esta atitude representa uma intensificação da repressão contra os meios de comunicação no Irã, que começou durante as polêmicas eleições presidenciais de junho de 2009, nas quais o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, foi reeleito entre acusações de fraude da oposição.

De acordo com a Associação de Jornalistas Iranianos (AIJ, na sigla em inglês), ao menos 30 repórteres iranianos estão presos, incluindo oito que foram detidos no mês passado acusados de "atuar contra a segurança nacional", explicou a IFJ.

Neste sentido, a Federação Internacional de Jornalistas instou à comunidade internacional a atuar mais energicamente contra o Irã, o que deve incluir levar o caso ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, que em março inicia sua sessão deste ano em Genebra.

"A brutal supressão da liberdade de imprensa, que já merece ser condenada firmemente pelo organismo de direitos humanos da ONU, alcançou novos níveis no Irã", indicou a secretária-geral da IFJ, Beth Costa.





Fonte: Terra

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