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Polícia Brasil
Quinta - 12 de Janeiro de 2012 às 23:05
Por: Hermano Freitas

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Michel Goldfarb preferiu ficar calado em depoimento nesta quinta-feira. Foto: Paduardo/Futura Press


Michel Goldfarb preferiu ficar calado em depoimento nesta quinta-feira. (Foto: Paduardo/Futura Press)



O delegado Marcos Antonio Manfrin afirmou, no fim da tarde desta quinta-feira, que Michel Goldfarb Costa, 33 anos, foi indiciado por três tentativas de homicídio, quatro tentativas de latrocínio, lesão corporal e porte ilegal de arma, entre outros crimes. O administrador de empresas, acusado de roubar carros e distribuir 30 tiros em um "surto" na segunda-feira, declarou em depoimento formal no 26º DP (Sacomã) estar confuso e preferir falar apenas em juízo. Aparentando mais calma, ele justificou o silêncio ao deixar a delegacia. "Hoje eu achei que não era o dia para eu falar, mas no momento certo, vou falar", garantiu.

"Ele nada disse de esclarecedor sobre o caso. Disse que estava confuso e cansado e que não iria falar", afirmou o delegado. Ainda de acordo com Manfrin, Michel será tratado como um criminoso comum, permanecendo preso no 77º DP (Santa Cecília) até serem cumpridos os dez dias da prisão temporária decretada pela Justiça. Há como prorrogar esse prazo ou, ainda, pedir a prisão preventiva do suspeito. Segundo o delegado, Michel deve ser transferido para um Centro de Detenção Provisória - provavelmente o de Guarulhos -, onde ele ficará à disposição da Justiça enquanto não for comprovada a sua suposta condição de insanidade mental.

Nesta tarde, duas vítimas apareceram na delegacia, e a expectativa é de que apareçam ainda mais. De acordo com o delegado, a alegação de Michel de que não atirou para ferir é contrariada por uma marca de bala encontrada no teto de um dos carros baleados, o que indicaria que ele não disparou apenas contra a fechadura dos automóveis para poder entrar nos carros e continuar sua fuga, mas de fato poderia ter ferido com gravidade algum dos motoristas.

Surto
Revelando novos detalhes sobre o que vem sendo chamado de "dia de fúria" do administrador de empresas, o advogado de defesa de Goldfarb, Nicolau Aun Júnior, revelou que um dos motivos para o surto do cliente, estava em um dos vizinhos, que possuía um ponteiro de laser. Na visão de seu cliente, disse o advogado, aquela seria uma mira de alguma arma de longo alcance e, por este motivo, o administrador teria comprado o colete balístico.

A mania de perseguição que teria assolado o suspeito começou na madrugada de segunda-feira, com os latidos dos cães de Goldfarb. O suspeito então roubou vários carros, atirou contra motoristas e pessoas na rua, e provocou diversos acidentes em um percurso que foi da zona sul à norte da capital, passando pela região sudeste e centro. Próximo à ponte da Casa Verde, Michel desapareceu. Durante a confusão, ao menos três pessoas ficaram feridas - duas delas, baleadas - e dez carros e um ônibus foram danificados.

Segundo o advogado, seu cliente é uma pessoa doce e nunca teve a intenção de matar ninguém. "Ele tinha consciência mediana do que estava fazendo. Ele mirou nas fechaduras e felizmente não teve a intenção de matar ninguém", disse. Reforçando o lado humano do cliente, o advogado revelou que após ficar 12 horas dentro de um bueiro, o primeiro contato de seu cliente foi com um morador de rua, que acabou acolhendo o suspeito, dando a ele seu único cobertor.

O advogado ainda revelou que o cliente teria sido encontrado na Cidade Universitária, na zona oeste de São Paulo. Segundo Aun júnior, a demora para a rendição não foi intencional, para o relaxamento do caso em relação ao flagrante. Para o advogado, a única preocupação era "com a saúde do cliente".





Fonte: Terra

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