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Quarta - 11 de Janeiro de 2012 às 06:27
Por: ANA ADÉLIA JÁCOMO

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Geraldo Tavares/DC
Casa onde os quatro pit bulls eram criados: os pais de Sofia ainda não voltaram para o bairro desde o ataque
Casa onde os quatro pit bulls eram criados: os pais de Sofia ainda não voltaram para o bairro desde o ataque
A criança de apenas três anos atacada por quatro cães Pit Bull ainda está internada em estado grave na UTI do Hospital Infantil e Maternidade Femina, em Cuiabá. Sofia Pinto teria acordado na manhã de ontem e chorado muito devido ao trauma e as dores pelo corpo. Os médicos decidiram mantê-la sedada até que seu quadro se estabilize.

Antônio Carlos Pinto, de 41 anos, é pai da garotinha e falou ao Diário que está muito apreensivo e preocupado, já que o estado de saúde de sua filha ainda é muito delicado. Ela respira com ajuda de aparelhos, apresenta muitas lesões nos braços, teve o couro cabeludo arrancado pelos animais e o rosto ficou quase todo desfigurado.

Emocionado, Antônio disse que muitos o culpam pelo ocorrido. “Tem muita gente falando que eu sou culpado, mas foi um acidente e estamos sofrendo muito. Fico confortado em saber que tem muita gente rezando por ela, pedindo para Deus ajudar minha filha e agradeço a todos por isso”, afirmou.

Antônio é professor de Educação Física de uma escola particular em Cuiabá; sua esposa Elaine também é professora da mesma escola e ministra aulas para o Jardim I. A família mora no bairro Jardim Universitário e desde o acidente não voltou mais em casa.

Uma vizinha contou que no momento da agressão estava em casa usando seu computador e ouviu os gritos de Sofia. Como a criança não tinha costume de fazer muito barulho, a mulher decidiu subir na janela e se apoiar no muro para olhar o quintal da casa. “Foi chocante. Ela estava encolhida sentada no chão e o cachorro em cima dela puxando seu cabelo. Ela gritava muito e os outros cães pareciam desnorteados. Pedi socorro também e fui para a rua desesperada”.

Após isso um vizinho jogou pedras e água para tentar afastar os cães, mas não adiantou. Em seguida um policial militar à paisana entrou na casa e matou três cachorros; o quarto é uma fêmea e foi capturada pelo Centro de Controle de Zoonoses.

A vizinha conta que Sofia é uma menina muito brincalhona. “Ela brincava com meu filho e nem sabíamos que eles tinham quatro pit bulls na casa. Ela era bem grande para sua idade, branquinha e estava até bem gordinha”, conta.

Uma funcionária da escola onde o pai e a mãe da criança trabalham disse que Sofia sempre visitava o colégio e que era muito querida por todos. Segundo ela, a mãe da menina passou parte da tarde de anteontem na escola, completamente em choque. “Os dois são bons professores. Não eram de faltar, responsáveis e nunca chamamos a atenção deles”, lamenta.

O adestrador de animais Otiniel Corrêa explica que o Pit Bull é um cão com grande poder de ataque e força. Ele defende a criação de uma lei para que criadores da raça devam ser obrigados a manter os animais bem alimentados, vacinados, treinados e também em locais seguros. “As pessoas não entendem que essa raça não é uma maquina, precisa ser ensinado, cuidado. Os donos têm que educar”, disse.

Já o pesquisador e criador do blog “Pit Bull É Uma Ameaça” (www.pitbulleumaameaca.blogspot.com), André Portocarrero, diz que o cão é de rinha, agressivo, de comportamento instável e inviável como animal de estimação. “Ele é um super cachorro, o melhor cão de briga do mundo. Pula muro, nada e morde sem soltar a presa; já que sua respiração é na lateral do focinho, ele pode ficar horas pendurado, mordendo algo”. André também defende a criação de uma lei de restrinja a compra, a venda e a criação do cão e vai além: para ele, o Brasil deveria adotar o mesmo posicionamento de Dinamarca, Alemanha, Canadá, Grã-Bretanha, Austrália e outros países, e simplesmente banir o animal do território nacional.




Fonte: Do DC

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