A maioria dos casos nos quais foram investigados danos a palestinos e suas propriedades por civis israelenses na Cisjordânia, geralmente de colonos judeus ou radicais de direita, foram fechados devidos a erros judiciais na hora de encontrar os suspeitos e colher provas.
Os dados divulgados pela Yesh Din (A Justiça existe, em hebraico) se baseiam em um estudo de 760 casos investigados pela Polícia do Distrito da Judeia e Samaria (nomes com os quais Israel denomina oficialmente a Cisjordânia) em resposta a denúncias apresentadas por residentes palestinos desse território de delitos cometidos por civis israelenses contra eles e suas propriedades.
A ONG revela que apenas 7,5% das investigações sobre esse tipo de denúncia levaram à apresentação de acusações contra os agressores. "A maioria das investigações - cerca de 90% - terminou arquivada por motivos que indicaram erros judiciais (autor do delito desconhecido, provas insuficientes)", destaca o comunicado.
A ONG ressalta que os resultados demonstraram que "o Estado de Israel continua fracassando em cumprir sua obrigação de fixar um mecanismo para reforçar a lei sobre civis israelenses que cometem delitos - alguns extremamente graves - contra civis palestinos nos territórios sob ocupação militar".
O diretor-geral da Yesh Din, Haim Erlich, afirma na nota que "os dados são uma clara demonstração de que a Cisjordânia é um território sem lei". Ele acusa as autoridades israelenses de serem responsáveis por "negligência constante", que "estimula os criminosos" a continuarem com suas ações.
Nos últimos dias, colonos e radicais nacionalistas israelenses destruíram mesquitas, arrancaram árvores e danificaram veículos palestinos, além de atacarem uma base militar israelense, ações classificadas como "política do preço", em resposta a retiradas ou anúncios de desmantelamentos de assentamentos judaicos.
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