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Quarta - 30 de Novembro de 2011 às 17:57
Por: Ericksen Vital

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O superintendente da Polícia Federal em Mato Grosso, César Augusto Martinez, afirmou nesta quarta-feira (30) que o empresário Josino Guimarães, 56 anos, mantinha relações com um narcotraficante. A informação foi confirmada pelo delegado durante o depoimento prestado, no segundo dia do Júri Popular de Josino, acusado pela morte do juiz Leopoldino Marques do Amaral, em 1999.

O superintendente prestou esclarecimentos como uma das testemunhas arroladas pelo juízo por ter presidido, à época, um segundo inquérito aberto para investigar o caso. O Ministério Público Federal (MPF) apontou o empresário como negociador de sentenças no Poder Judiciário Estadual e o denunciou por homicídio triplamente qualificado.

A defesa do empresário contestou a informação repassada pelo delegado e pediu para o juiz Rafael Vasconcellos, que preside o Tribunal do Júri, para orientar os sete jurados que as tais informações não podem ser consideradas. Isso porque, segundo a defesa, não fazem parte diretamente do atual processo. A defesa chegou a alegar que a informação poderia representar uma disparidade de forças.

Já o MPF alegou que não poderia falar em princípio porque todos os documentos apresentados constam dos autos. Por outro lado, o juiz deferiu o pedido e orientou os jurados. O delegado disse também que falou com o sargento da Polícia Militar que teria recebido uma proposta do empresário Josino Guimarães para matar o juiz, mas que não aceitou o convite. O delegado federal relatou ainda que o policial se apresentou espontaneamente na sede da Superintendência da Polícia Federal de Cuiabá.

Ainda segundo César Augusto Martinez, não foi encontrado o dossiê com informações sobre o esquema de venda de sentença em Mato Grosso. “Esse dossiê a gente nem sabe o que é”, comentou. Ele também relatou que o inquérito não comprovou a suposta venda de sentença, mas que não volta atrás no que concluiu o inquérito. “Não me arrependo de ter indiciado Josino como partícipe no crime de homicídio”, declarou o delegado.

O depoimento do delegado começou por volta das 11h e foi encerrado por volta das 16h40 (horário de Mato Grosso). O próximo a depor será o ex-superintendente da PF, Cláudio Rosa.
O empresário Josino Guimarães é apontado por montar uma suposta farsa na segunda exumação do corpo do magistrado, quando tentou defender a tese de que ele estaria vivo e morando na Bolívia. O superintendente da PF declarou que acredita que o juiz está morto.

Outras testemunhas
Durante esta manhã de quarta-feira, outras duas pessoas foram ouvidas. O primeiro a prestar depoimento foi o delegado federal aposentado, José Pinto de Luna, que presidiu o primeiro inquérito do caso, mas foi afastado posteriormente.

Luna disse que a ex-escrevente do Tribunal de Justiça (TJ-MT), Beatriz Árias, esteve envolvida na morte do juiz. Beatriz foi condenada pela Justiça a 12 de prisão como co-autora do crime e o tio dela, Marcos Peralta, foi condenado como executor. O delegado aposentado disse que eles buscaram roubar certa quantia em dinheiro do juiz e o mataram. Luna afirmou também que não ficou comprovado no inquérito que Josino foi o mandante do crime.

O superintendente da PF também falou sobre Beatriz Árias. “Ela tem a verdade dela, mas ela inventa algumas coisas. É um depoimento importante porque ela esteve na cena do crime. O depoimento dela tem que ter um valor relativo”, comentou o atual superintendente da PF, em Cuiabá.

Também falou no Tribunal do Júri o agente da PF, Daniel Ruiz Balde, que declarou ter ficado surpreso em ser arrolado pela defesa por ter participado da investigação do caso. Ele afirmou que teve contato com o falecido policial militar, que era informante da PF à época.

O caso
O corpo do juiz estadual Leopoldino do Amaral foi encontrado parcialmente carbonizado em setembro de 1999, na cidade de Concepción, no Paraguai. Ele foi morto depois de denunciar um suposto esquema de venda de sentença no judiciário do estado. O juiz morreu ao levar vários tiros na cabeça.





Fonte: Do G1 MT

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