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Cidades/Geral
Quarta - 16 de Outubro de 2013 às 20:50

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Durante audiência pública na Comissão de Infraestrutura (CI) do Senado, nesta quarta-feira (16.10), com o ministro dos Transportes, César Borges - convidado para prestar esclarecimentos sobre a situação do DNIT e de rodovias federais-, o senador Blairo Maggi cobrou a execução da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (FICO), em Mato Grosso, e questionou a política de planejamento do Governo, que prioriza projetos que não atendem às demandas de produção nacional.

O parlamentar fez referência ao trecho da Ferrovia Norte-Sul que liga Açailândia, no Maranhão, à Barcarena, no Pará. O Governo formalizou, em julho passado, o processo de concessão à iniciativa privada dos 457,29 quilômetros que devem receber investimentos na ordem de R$ 3,25 bilhões. O leilão deve ocorrer em 18 de outubro.

“Acho que o Executivo errou quando escolheu como prioridade o trecho da ferrovia Norte-Sul. Não que eu seja contra ferrovias, até acho que quanto mais melhor. Hidrovias também, porque os modais competem entre si, diminuem os preços e aumentam a eficiência, essa é a regra. Mas, quando o Governo dá prioridade à Barcarena, ele está competindo com outra ferrovia já implantada, que é do Porto do Itaqui (Maranhão), de carga e com alta velocidade. E o governo do Maranhão, há dois anos, abriu uma licitação no Porto, com concessão para 10 milhões de toneladas de grãos. Aí vem o Governo Federal, sem planejamento algum, e cria uma ferrovia para outro porto, o de Barcarena, que não tem um armazém sequer. Aliás, até tem um, que a Bunge começou a construir agora para atender a hidrovia”, externou Maggi.

Blairo questionou o ministro sobre quais critérios são utilizados para a priorização de obras, vez que, segundo o parlamentar, Mato Grosso foi preterido mesmo tendo a maior produção de grãos do país.
“Foi dada prioridade para ferrovia errada porque, na verdade, era pra ser a FICO. Que vai dentro do estado de Mato Grosso, que tem lá 43 milhões de toneladas de grãos saindo em cima de rodas de caminhões. Então, não consigo entender os técnicos, quem faz esses planejamentos do Governo, porque, quando se movem, ainda se movem errado. Porque vai competir trem com trem, enquanto deixa a principal ferrovia, com a maior carga disponível no país, sem poder competir. Não é que Belém não precise e não mereça, mas, se estamos falando em desafogar, temos que ir para onde está a carga”, reclamou.

Em resposta ao mato-grossense, o ministro ressaltou que não houve demérito, e sim, questões de ordem econômica, que influenciaram na escolha e, por essa razão, a ferrovia de Mato Grosso não foi lançada primeiro no mercado.

“Quero dizer ao Mato Grosso que não houve uma priorização em detrimento de outra. O que houve, na verdade, foi um ‘capex’ (capital necessário de investimento), que para a ferrovia de Bacarena é menor em vista de serem pouco mais de 430 quilômetros. Já Lucas do Rio Verde (MT) a Campinorte (GO) são quase 1.100 quilômetros. Então, o capital necessário é muito maior, e por estarmos no início do processo, colocamos o trecho mais curto na frente. Mas, nós sabemos da importância da FICO e já estamos, posso dizer ao senador Blairo, preparando os dados da modelagem para mandar ao Tribunal de Contas da União, de Lucas do Rio do Verde. A ordem de como é colocado no mercado pode variar de um mês para o outro, mas, isso não significa que é questão de priorizar esse trecho ou aquele”, disse César Borges.

FICO

O projeto da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste prevê extensão de 1.065 km, passando por 16 municípios, sendo sete de Goiás e nove de Mato Grosso. Os investimentos estimados são de pouco mais de R$ 6 bilhões. Os municípios mato-grossenses por onde passarão os trilhos são: Lucas do Rio Verde, Sorriso, Nova Ubiratã, Paranatinga, Gaúcha do Norte, Canarana, Água Boa, Nova Nazaré e Cocalinho.





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