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Copa 2014
Domingo - 06 de Novembro de 2011 às 16:33
Por: RAFAEL COSTA

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Secopa
Concepção arquitetônica do teleférico em Chapada dos Guimarães: projeto marcado por polêmicas
Concepção arquitetônica do teleférico em Chapada dos Guimarães: projeto marcado por polêmicas

Lançado em 2009 pela Sedtur (Secretaria de Desenvolvimento de Turismo), com previsão inicial de investimento em R$ 6 milhões, o projeto de construção do teleférico em Chapada dos Guimarães (67 km ao Norte de Cuiabá) segue sem prazo para conclusão.

Considerada essencial para impulsionar o turismo no município e ser um dos atrativos para a Copa do Mundo de 2014, a obra foi cancelada em comum acordo pelo governador Silval Barbosa (PMDB) e o secretário Extraordinário da Copa do Mundo, Eder Moraes.

O teleférico é composto por dois cabos de aço, que se estenderão por 1.500 metros, por onde correrão 30 bondes, com capacidade para duas pessoas cada. O trajeto do passeio envolve o mirante da região da pousada Penhasco à Serra do Atimã, na Chapada dos Guimarães.

A alegação para sustentar a decisão administrativa é que não há projeto básico que possa impulsionar o projeto. Assim, um novo processo licitatório será lançado para a contratação de uma nova empresa, que vai substituir a gaúcha Zuchetto Máquinas e Equipamentos.

"É uma obra que requer estudo aprofundado e exige sério aperfeiçoamento para evitar problemas. Decidimos mudar para evitar problemas mais graves à frente", disse Eder Moraes, em entrevista, na sexta-feira (4).

Mesmo com os problemas administrativos, o secretário acredita que o Estado vai superá-los e a obra será concluída em tempo hábil. "Faremos uma nova licitação e estamos certos que a obra será entregue a tempo de ser um atrativo para a Copa do Mundo. Não há dúvida alguma a respeito disso", disse.

Histórico de problemas

O projeto do teleférico em Chapada dos Guimarães acumula problemas desde sua fase inicial. Primeiro, o Ministério Público Estadual (MPE) ingressou com ação civil pública na Justiça reivindicando a anulação porque houve dispensa de licenciamento ambiental. A liminar foi expedida pela Justiça, retardando ainda mais o início das obras.

Somente em abril deste ano, foram aprovados o Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA-Rima) e a licença de instalação para a obra do teleférico em Chapada.

Os estudos ambientais são as peças chaves para o projeto sair do papel, porém, a Sedtur (Secretaria de Desenvolvimento de Turismo), alegou que não tinha dinheiro em caixa.

Assim, o valor de R$ 6 milhões seria investido pela Agecopa (Agência Estadual de Execução de Projetos para a Copa do Mundo), que veio a ser extinta por graves problemas políticos e cedeu espaço a Secopa (Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo).

Agora, a obra é anulada mais uma vez comprometendo a sua conclusão para dezembro de 2012, conforme previsto inicialmente.

Acordo político

Além disso, a obra começou com a suspeita de troca de favores políticos. O teleférico cruzaria a propriedade privada do advogado Antonio Checchin Júnior, que doou R$ 25 mil para a campanha a deputado estadual, em 2002, do então secretário de Estado de Turismo, Yuri Bastos Jorge, configurando na maior doação de pessoa física.

Documentos oficiais revelam que Antônio Checchin doou o terreno ao Estado para garantir a execução da obra. Coincidentemente, o advogado começou a construir um restaurante ao lado do local onde o teleférico seria montado.

Ao pedir o embargo da obra à Justiça, o promotor Jaime Romaquelli citou que havia irregularidade na documentação ambiental e a suspeita de que se "pretendia construir obras em aparente conluio com o requerido (Checchin Júnior)".

Por conta disso, foi processado por Yuri Bastos Jorge que alegou ser vítima de calúnia e difamação, mas, o processo veio a ser arquivado pela Justiça.






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