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Domingo - 13 de Outubro de 2013 às 21:54

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A falta de representatividade do Vale do Araguaia na política de Mato Grosso pode ser revertida nas eleições de 2014.

O cenário positivo se dá em um momento em que suplentes de deputados estaduais da região assumem vagas na Assembleia Legislativa – Baiano Filho (PMDB), Cândido Teles (PSB) e Daltinho de Freitas (Solidariedade) – e, principalmente, na possibilidade de Maurício Tonhá (PR), o Maurição, ser candidato ao Governo do Estado.
 

AraguaiaNet

Barra do Garças: município é considerado "portal" do Vale do Araguaia, afastado politicamente de Mato Grosso



Considerado uma liderança do agronegócio, onde já ganhou até mesmo o apelido de “Rei do Gado”, ex-vereador e ex-prefeito de Água Boa (730 km a Nordeste de Cuiabá), Tonhá tem sido o nome apresentado pelos republicanos para disputar a vaga do Paiáguas.

"A proximidade com Goiânia (390 km de Barra do Garças), por exemplo, prejudicou no sentido de que o mato-grossense do Vale do Araguaia começou a gastar seu dinheiro em Goiás"


Apesar da chegada do também produtor rural Eraí Maggi (PP) no cenário, nesta semana o PR começou o processo de fortalecimento de Maurição na Baixada Cuiabana – maior colégio eleitoral de Mato Grosso.

O fortalecimento, inclusive, se deve exatamente ao fato do Vale do Araguaia – também conhecido como Vale dos Esquecidos – ter ficado durante anos distanciado da Capital.

Goiás


Para o analista político João Edisom, desconsiderando a distância geográfica até Cuiabá, a fronteira do Araguaia com o estado de Goiás sempre atuou de maneira negativa na relação política com outras regiões centrais de Mato Grosso.

“A proximidade com Goiânia (390 km de Barra do Garças, por exemplo, prejudicou no sentido de que o mato-grossense do Vale do Araguaia começou a gastar seu dinheiro em Goiás. Barra do Garças, portal da região, já teve sua representatividade política aqui, com Wilmar Peres de Farias governador (1986-87). Porém, após seu mandato, o processo de afastamento ficou cada vez maior”, disse.

Segundo Edisom, a política, afeta, inclusive a economia do Estado.

“Atrapalha a gestão, porém também a economia porque aquilo que se ganha em um Estado, é gasto em outro. E Goiás não traz benefícios públicos para Mato Grosso. O Araguaia se transformou em uma região desconexa. O pensamento da região não esta voltado para seu próprio Estado. Aonde não se estabelece vínculo econômico, não se estabelece vínculo político”, analisou.

O cenário, no entanto, pode estar prestes a virar. Um fator preponderante, para o analista, é a entrada de Maurição nas eleições de 2014.

“O fato positivo de Maurição é que ele não virou as costas para a Capital. Ao contrário de muitos políticos do Araguaia, ele estabeleceu escritório em Cuiabá e, principalmente: ele tem interesse em religar a região ao Mato Grosso como um todo”.

Eldorado mato-grossense

Ao MidiaNews, Maurício Tonhá enumerou pelo menos três motivos que fizeram o Vale do Araguaia se distanciar do Estado.

"Durante muito tempo realmente não houve a sensibilidade de governantes mato-grossenses integrarem o Vale. Hoje, mais do que querer, acredito que o Estado tem visto a necessidade de explorar"


O primeiro, segundo o ex-prefeito, foi a falência da Cooperativa de Colonização (Coopercol), primeira cooperativa responsável por parte da colonização da região e que faliu ainda na década de 1990.

O próprio processo de ocupação por pecuária ou monoculturas, segundo Tonhá, também foi responsável pelo Vale do Araguaia, durante anos, ter muito território ocupado por poucos.

A ligação com Goiás, segundo o republicano, também foi fundamental pela distância até mesmo cultural entre a Capital e região com o Vale do Araguaia.

“Nosso fuso horário, a proximidade com a capital goiana e essa ligação quase umbilical com o estado vizinho trouxe o preconceito de ambos os lados, tanto da região com a Capital como da Capital para com a região. Ficamos até mesmo conhecidos como ‘Mato Grosso Goiano’”, afirmou.

Para Maurição, no entanto, não apenas sua entrada no cenário para o próximo ano, mas também pela região ainda ter muito potencial de exploração, a visão em relação ao Vale do Araguaia deve mudar.

“Durante muito tempo realmente não houve a sensibilidade de governantes mato-grossenses integrarem o Vale. Hoje, mais do que querer, acredito que o Estado tem visto a necessidade de explorar. Temos o maior potencial para tanto, nossas características geográficas, climáticas e nossa própria forma de ocupação proporciona isso. Estamos preparados”.





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