Após prejuízo na África, empresa vende pacotes para 2014 por até R$ 2,3 mi

Já estão à venda os ingressos de camarotes para os jogos da Copa do Mundo de 2014, que será realizada no Brasil. Em coletiva de imprensa, nesta quinta-feira, a Match Hospitality AG (parceira da Fifa na comercialização dessas entradas até 2023) anunciou os preços e tipos de pacotes oferecidos para o evento. O mais caro, que prevê pelo menos 16 lugares em acomodações luxuosas e bem localizadas em todas as 19 partidas realizadas em Belo Horizonte, no Rio de Janeiro e em São Paulo, chega a custar US$ 2,3 milhões (quase R$ 4 milhões).

Para assitir todos os jogos previstos para uma determinada sede, o torcedor pode optar pelo pacote "Venue Series", que tem preços que variam de R$ 4 mil a R$ 3 milhões.

O torcedor pode também garantir assento nos jogos de sua seleção preferida ("Team Series"). Caso a equipe escolhida seja eliminada, o cliente segue com os ingressos para os jogos que acontecem onde sua seleção eleita jogaria. O Team Series varia entre R$ 1,2 mil e R$ 53 mil.

É possível também comprar um ou três partidas de uma determinada equipe. Os jogos do Brasil não são contemplados por esta modalidade. Para ver de perto apenas um jogo do time pentacampeão, é necessário que o torcedor adquira um "Venue Series".

Para os que preferirem assistir apenas os momentos decisivos do Mundial de 2014, há o Final Round (R$ 17 mil a R$ 36 mil). O Final Round contempla duas possibilidades: uma semifinal e a final ou as duas semifinais e a finalíssima.

Apesar das altas cifras (o pacote mais barato será negociado por US$ 700), a Match Hospitality reconheceu perdas de US$ 50 milhões (R$ 86 milhões) na última Copa do Mundo, na África do Sul. O faturamento total foi de cerca de US$ 285 milhões (R$ 493 milhões) na ocasião, com a venda de 200.000 pacotes para pessoas jurídicas e físicas. No Brasil, a empresa conta com uma parceria com os Grupos Traffic (de marketing esportivo) e Águia (de turismo), entre 33 agências espalhadas em mais de 80 países, para elevar esse número para 340.000 pacotes comercializados e reaver o prejuízo de quatro anos atrás.

"O programa de hospitalidade, além do ingresso em si, disponibiliza alimentos e bebidas, acesso a áreas exclusivas e outros serviços", propagou Jaime Byrom, presidente executivo da Match Hospitality, animado para levar o seu negócio ao "berço do jogo bonito". "Para nós, a bola já está rolando, como eu disse ao meu filho. Nunca uma Copa foi tão bem recebida no exterior como a de 2014. Nossas empresas já têm experiência e grandes eventos e estarão preparadas para a demanda de agora", acrescentou Gilmar Pinto Caldeira, executivo da Top Service, marca do Grupo Águia.

As expectativas dos empresários são tão positivas que o Código de Defesa do Consumidor (CDC) brasileiro não é visto como um entrave para o faturamento - a Fifa recorreu ao projeto da Lei Geral da Copa para minimizar as suas perdas por causa de artigos que tratam de meias-entradas, reembolsos e possibilidade de desistência após a compra. Segundo Gilmar Caldeira, a elaboração de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) fará com que a legislação nacional não represente "nenhum problema" para a Match Hospitality.

O discurso convenceu Pascal Portes, CEO da Match Hospitality AG, que disse já ter conhecimento de interessados em adquirir pacotes de camarotes (há cinco opções de planos e cinco diferentes acomodações) da Copa do Mundo de 2014. Já Jaime Byrom ainda mostrou confiança em relação às condições de o Brasil receber o torneio. "Todas as Copas enfrentam dificuldades específicas. Nesta, existe a distância entre 12 sedes diferentes. Mas temos conhecimento dos esforços que estão sendo feitos para tudo transcorrer bem", comentou.

Com informações do Lancepress!