Audiência discute proibição de venda de bebida alcoólica durante a madrugada em VG
Moradores e comerciantes de Várzea Grande têm a oportunidade de opinar, na noite desta quinta-feira (10), sobre um assunto polêmico que é um desejo antigo dos oficiais da Polícia Militar responsáveis pelo policiamento e segurança pública na cidade: a proibição da venda de bebidas alcoólicas entra às 22h e 6h da manhã. O assunto, será debatido em um audiência pública marcada para às 18h30 na Câmara Municipal de Várzea Grande.
A iniciativa é do vereador Pery Taborelli (PV) que é coronel da PM e há tempos “sonha” em proibir bares, e estabelecimentos similares de vender bebida durante a madrugada. Hoje, na condição de vereador ele quer ampliar o debate com a população e de acordo com a aceitação ou não, ele poderá ir adiante e propor um projeto de lei estabelecendo regras de funcionamento, ou recuar. Tudo dependerá da vontade popular e a audiência pública é a chance e o mecanismo de debater o assunto de forma democrática.
Taborelli justifica que com sua experiência de 30 anos de polícia, tem conhecimento de causa para afirmar que é entre às 22h e 6h que são registrados os maiores índices de violência. Pontua que o fator que mais contribuiu para a elevação dos números de crimes contra a vida (homicídios e tentativas) é o consumo excessivo de bebidas alcoólicas.
O vereador acredita que se a iniciativa for aprovada pela população e depois na Câmara Municipal, irá contribuir para a redução do alto indice de de violência registrado na segunda maior cidade do Estado.
A medida é polêmica e não agrada os donos de bares e comércios que trabalham na noite. Eles temem que medidas como essas prejudiquem suas atividades, enquanto fonte de renda. Por isso, eles terão a oportunidade de participar da audiência e dizerem o que pensa sobre o assunto.
Polícia Militar
Há quase 2 anos no comando de Várzea Grande e outros 6 municípios que integram o Comando Regional 2, o coronel Wilquerson Felizardo Sandes , também participará da audiência. Ele disse ao Gazeta Digital que é favorável à medida, pois entende que donos de bares e similares precisam ter uma responsabilidade social e cumprir regras. Também precisam implentar medidas para garantir a segurança dos frequentadores, como por exemplo, instalar câmeras de segurança nos estabelecimentos, para em caso de algum crime, ajudar na identificação e elucidação do fato.
Ele também sustenta a tese de que pelo menos 50% dos crimes de homicídios e acidentes de trânsito registrados em Várzea Grande estão diretamente ligados ao consumo de álcool. Afirma que essa é uma reivindicação antiga na segurança. Mas ressalta que nada será imposto sem aprovação da população. “É pra isso que existe a audiência pública, para debater o assunto democraticamente. Não se trata de uma medida ditatorial. Foi o Legislativo que propôs esse debate e nós da Polícia Militar apoiamos”, ressalta ele
Epidemia de mortes
Polícia Militar apoia ideia de proibir bares de ficarem abertos na madrugada vendendo bebida alcoólica
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Wilquerson Sandes ressalta que Várzea Grande vive uma “epidemia de mortes”, com uma média entre 40 e 50 homicídios para cada grupo de 100 mil habitantes, nos últimos 10 anos. Pontua que os níveis mundiais aceitáveis é uma média de 8 crimes por ano para cada 100 mil pessoas. “Hoje proporcionalmente ao número de habitantes, Várzea Grande está mais violenta do que Cuiabá”, diz o coronel.
Atualmente, os locais mais críticas, com ocorrência de diversos crimes estão sendo das regiões do São Matheus / Eldorado e também do Ouro Verde e São Simão. O oficial explica, porém, que existe uma migração dos crimes a cada período. Antes, o bairro campeão em criminalidade era o Mapim, mas hoje não é mais.
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