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Copa 2014
Segunda - 10 de Outubro de 2011 às 08:34
Por: Laura Nabuco

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Para que o VLT funcione sem necessidade de aumento da tarifa de transporte público de Cuiabá e Várzea Grande, o Governo do Estado terá que desembolsar ao menos R$ 3 milhões por mês de subsídio. Sem o montante, o preço da passagem do modal pode chegar a R$ 11,18 por usuário. Os valores foram estimados por estudo encomendado pelo ex-secretário de Trânsito e Transporte Urbano da Capital, vereador Edivá Alves (PSD).

O cálculo partiu da diferença entre a arrecadação diária das 42 linhas de ônibus que atuam nos eixos CPA / Centro, Coxipó / Centro e Aeroporto (VG) / Centro (Cuiabá), e o valor das despesas, no mesmo período, estimadas para o modal pela própria extinta Agecopa, diz Edivá. Conforme o estudo, os três trajetos, que deixarão ser operados pelos ônibus com a implantação do VLT, redem aproximadamente de R$ 184,8 mil por dia, enquanto os gastos com a administração, operação e impostos do modelo deve chegar a R$ 301 mil.

Edivá explica que entre os fatores que contribuem para a diferença entre os montantes está a existência do passe-livre para estudantes das redes pública e particular de ensino na Capital. A preocupação do parlamentar ocorre porque, embora o Estado já tenha garantido que subsidiará o custo de operação do modal, a gratuidade aos estudantes é bancada integralmente pela Prefeitura de Cuiabá. "O passageiro acha a passagem cara e o empresário fica no prejuízo porque existe muita gratuidade", afirma.

Só nos ônibus que cobrem os trajetos das regiões do Coxipó e do CPA até o centro da Capital trafegam diariamente ao menos 37 mil alunos. Segundo Edivá, a despesa do Alencastro gira em torno de R$ 1,1 milhão por mês. "Quando entrei na SMTU o valor era ainda maior porque tinha muita gente que fazia o cartão de estudante para dar até aos funcionários", conta.

A questão mais delicada, no entanto, deve ser a dos cerca de 5 mil estudantes várzea-grandenses que estudam na Capital. Ao contrário de Cuiabá, a cidade não implementou o passe-livre, dando direito aos alunos apenas à meia passagem. "Nós vamos deixar de ter um ônibus intermunicipal para ter um VLT que será metropolitano, logo a passagem tem que ser igual para todos. Então, ou vai ter que tirar o passe-livre daqui, ou implantar lá", avalia Edivá.

Segundo o vereador, a medida é uma determinação da lei complementar que cria a Região Metropolitana do Vale do Rio Cuiabá, criada em 2009. A dúvida, contudo, é sobre quem acará com os custos das passagens dos alunos de Várzea Grande. "Não é só chegar e decidir que vai fazer o VLT. Tem que ter um estudo sério. Saber quem vai subsidiar esse valor", reclama o Edivá. Apesar disso, ele afirma ser contrário a extinção do benefício.

Integração

Edivá destaca ainda que, para não deixar o usuário no prejuízo, o VLT também precisará de um sistema de bilhete único em que o passageiro possa fazer integração com as linhas alimentadoras. "Não vai ter VLT em todo lugar, em alguns casos o usuário vai ter que pegar um ônibus para chegar até ele e depois outro ônibus para chegar ao seu destino. Tudo isso precisa ser feito pagando uma única passagem ou então as pessoas não terão condição de usufruir", ressalta.

O sistema, contudo, pode não ser rentável para os donos das empresas de ônibus nem para o administrador do VLT, conforme Edivá, pois o valor de cada passagem terá que ser divido entre os três veículos que o passageiro utilizou. O vereador afirma acreditar que, neste aspecto, o BRT seria a melhor escolha, pois o custo de manutenção é menor do que o do modal ferroviário. "Não estou discutindo a qualidade do VLT, mas a viabilidade econônica", enfatiza.





Fonte: Rdnews

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