Teste de DNA nega ligação entre corpo do recém-nascido e suposta mãe. Santa Casa de Franca (SP) informa que não pode falar sobre o assunto.
Família descobre após 9 anos que bebê declarado morto pode estar vivo
“Eu já tinha visto isso pela televisão, mas não imaginava que isso fosse acontecer com a gente”, diz Ana Paula. Ela relata que Jonathan nasceu em 11 de outubro de 2004, no mesmo dia em que outros seis partos foram realizados na Santa Casa. Pelo nascimento prematuro, o bebê de sete meses foi encaminhado para reabilitação na incubadora, onde permaneceu por oito dias, mas não apresentou problemas de saúde, explica a mãe. “No terceiro dia, já estava com alta para ir para o berçário. Só não tinha sido levado porque não havia vaga”, se lembra.
Tudo parecia caminhar normalmente, até que um dia Ana Paula foi informada por telefone pelo hospital que seu filho tinha morrido. A certidão de óbito registrada em 19 de outubro de 2004 registra como causas falência múltipla dos órgãos, septicemia, pneumotórax e prematuridade. “Eles nem tinham me avisado antes que ele havia passado mal. Ligaram do nada falando que ele tinha morrido (...) A Santa Casa não cometeria um erro desses”, diz.
Abalada com a notícia, Ana Paula não foi ao Instituto Médico Legal (IML) reconhecer o corpo. Tarefa deixada para sua mãe, que, com base em alguns traços como pelos no braço e cor da pele identificadas no recém-nascido, manteve ao longo dos anos uma desconfiança com relação ao fato. “Para mim estava morto, mas ela falava por todos esses anos que não.” A insistência da avó sobre a possibilidade de a criança estar viva resultou na exumação do suposto corpo de Jonathan e na realização de um exame de DNA, procedimentos que foram aprovados pela Justiça de Franca.
Ana Paula alega que seu bebê foi trocado na Santa Casa de Franca (Foto: Cláudio Oliveira/ EPTV)
Os testes com material genético realizados pelo Laboratório de Investigação de Paternidade da Unesp de Araraquara (SP) confirmaram que Ana Paula não é mãe do bebê que morreu. “Fiquei desesperada. Na hora a gente ficou com raiva. (...) Foi irresponsabilidade.”
Mesmo sem nenhuma pista sobre o paradeiro de seu verdadeiro filho, ela alimenta esperanças de encontrar Jonathan vivo. “Não sei se a outra família o trata bem, só quero saber se ele está bem. É meu filho, desistir eu não posso.”
Santa Casa
A Santa Casa confirmou, em nota, que por determinação judicial está impedida de manifestar-se a respeito do assunto. “A instituição esclarece que está adotando as providências necessárias para apuração dos fatos e que até o momento não há nenhum resultado definitivo ou qualquer decisão judicial”, informou.
Teste de DNA nega ligação entre corpo de bebê e suposta mãe em Franca (Foto: Claudio Oliveira/ EPTV)
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