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Nacional
Sábado - 17 de Setembro de 2011 às 11:13

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A demora para cumprimento de um mandado de reintegração de posse em uma propriedade na margem da BR-174, causa prejuízos, danos ambientais e indignação a uma família em Cáceres. Após análise criteriosa da situação, a Justiça no município, determinou a desocupação da área da fazenda Bahia, propriedade da senhora Maria Lira da Conceição, 80 anos, invadida por um grupo de pessoas, há cerca de 30 meses. Porém, depois de todo esse tempo, nada foi feito e a propriedade, continua invadida e sendo depredada pelos ocupantes. A denúncia foi feita pela proprietária, que se diz cansada de tanto descaso por parte das autoridades competentes.

A revolta pelo não cumprimento da ordem judicial, foi manifestada em carta enviada à redação do Jornal Expressão, pela proprietária. Nela dona Maria, estabelecida na região há cinco décadas, revela seu verdadeiro calvário vivido pela família, desde o ano o dia 12 de junho de 2009, quando um grupo de invasores adentraram a área. “Desde desse dia, não tivemos mais sossego. Os transtornos são diários. Essas pessoas cortaram cercas, ocuparam pastos, forçando animais irem para rodovia, causando acidentes, sem que nada tenha sido feito para resolver a situação” diz acrescentando “embora a Justiça tenha atendido seu pedido para a desocupação, a área permanece invadida”.

Em um trecho do manuscrito, a dona Maria revela que “além de depredar todo o patrimônio, os invasores praticam crimes ambientais e chegando ao ponto de agredirem físico e moralmente, familiares e trabalhadores contratados pela fazenda”, diz acrescentando que devido aos animais na rodovia - em ação provocada pela destruição das cercas e ocupação dos pastos - já aconteceram vários acidentes, com pessoas feridas, animais mortos e danos materiais a veículos.  Ela ressalta que sua maior preocupação está no sentido de ocorrer outros acidentes, até com vítimas fatais.

A dona do estabelecimento observa que não existe justificativa para que o grupo de invasores permaneça na área. Afirma que, o imóvel é totalmente inadequado para fins de reforma agrária. Explica que a propriedade beira apenas metade do módulo mínimo exigido para desapropriação (639 hectares) sendo parte da área pantanosa e outra de mata nativa, de forma ser inadequada para assentamento. Dona Maria lamenta o fato de ao longo dos anos ter dedicado maior parte de sua vida, trabalhando a terra, plantando, colhendo e criando animais. E, que agora, aos 80 anos, está a mercê desses transtornos, chegando ao ponto de morar de favor em casa de familiares.

Curioso, segundo ela, que outras demandas, como por exemplo, a da fazenda Rancho Verde, que se situa a margem da mesma rodovia, mesmo município, cuja área é de quatro vezes mais que a fazenda Bahia, tendo ainda o mesmo advogado em ambos os processos, a Justiça ordenou a desocupação, e o Estado se prontificou, imediatamente, a cumpri-la retirando os invasores. Enquanto que, no seu caso, o processo entre idas e vindas à Cáceres, Cuiabá e Brasília, se arrasta há quase três anos sem perspectiva de solução.

A idosa ressalta que a suspeita é de que, os invasores, na verdade, agem a mando de grupos de empresários, latifundiários e magnatas, em represália aos seus filhos devido a demandas judiciais travadas contra esses grupos, para reaverem direitos hereditários do seu falecido esposo (José Brito de Souza). Ela diz que está socorrendo a imprensa, porque cansou de clamar por justiça junto aos poderes constituídos sem, no entanto, ver seu pleito atendido.






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