Repórter News - www.reporternews.com.br
Polícia Brasil
Sexta - 02 de Setembro de 2011 às 15:44

    Imprimir


Foi pelo buraco do ar-condicionado que o ex-policial militar conhecido como Carlão conseguiu fugir do BEP (Batalhão Especial Prisional), em Benfica, na zona norte, na madrugada desta sexta-feira (2). O corregedor da Polícia Militar, coronel Ronaldo Menezes, reconheceu a fragilidade do BEP, diante da facilidade da fuga.

- Não podemos admitir fuga de qualquer espécie, dentro de uma unidade militar. O Carlão estava no BEP devido uma liminar da Justiça.

Carlão escapou menos de 24 horas após ser denunciado pelo Ministério Público e ter a prisão preventiva decretada pela Justiça por envolvimento na maior milícia do Estado do Rio de Janeiro, que atua na zona oeste carioca.

De acordo com o corregedor, o ex-PM conseguiu ir para a sala dos defensores no batalhão, onde havia um ar-condicionado. Ele conseguiu então remover o aparelho e passar pelo buraco. Em seguida, escapou pela guarita.

O policial responsável pelo batalhão no horário da fuga foi autuado e um inquérito policial militar foi aberto. Menezes afirma que será investigado quem foram os colaboradores e como ajudaram. Policiais também serão alvos da corregedoria. Um computador com imagens externas do BEP também será analisado.

Carlão na milícia

Carlão é apontado como um dos principais braços armados da milícia, suspeito de aproximadamente 15 homicídios. De acordo com a Promotoria, o ex-PM matou dois comparsas que tiveram os corpos carbonizados.

Preso em junho de 2010, Carlão estava com uma pistola que havia sido usada em vários homicídios, conforme comprovou exame de balística feito pela perícia da Polícia Civil.

O promotor Marcus Vinícius Leite disse, na última quinta-feira (1º), ao apresentar o resultado da operação Pandora, que Carlão e um comparsa fizeram o BEP de escritório da milícia, já que usavam celulares para dar ordens a seus subordinados, gerindo inclusive os lucros da exploração de serviços, como transporte alternativo e sinal clandestino de TV por assinatura.

Carlão é apontado como um dos milicianos que usavam o dinheiro adquirido com o crime para comprar carros de luxo e imóveis. Ele teria até uma lancha avaliada em R$ 90 mil.

O ex-PM estava entre as 18 pessoas que tiveram a prisão decretada durante a operação Pandora. Ao todo, 11 pessoas haviam sido presas até a última quinta, entre elas Carlão, que já estava encarcerado, e 33 mandados de busca e apreensão foram cumpridos.
A ação foi desencadeada pela Draco (Delegacia de Repressão ao Crime Organizado) e pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e contou com a participação de 150 policiais.

Os alvos eram pessoas ligadas à maior milícia do Estado, que agia nos bairros de Campo Grande, Cosmos, Inhoaíba, Paciência e Santíssimo, na zona oeste do Rio, onde vivem aproximadamente 800 mil pessoas. De acordo com o MP, o grupo paramilitar lucrava alguns milhões de reais por mês.

Entre os presos está um policial civil aposentado, que era lotado na Corregedoria Interna da instituição, que recebia R$ 40 mil mensais para passar informações privilegiadas para os milicianos, principalmente sobre operações e investigações contra o grupo.






Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://www.reporternews.com.br/noticia/77408/visualizar/