Economia dos EUA cresce 1,3% no 2º tri, abaixo do esperado
A economia dos Estados Unidos cresceu 1,3% no segundo trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período do ano anterior, uma surpresa negativa para os investidores, que esperavam avanço de 1,8% do PIB (Produto Interno Bruto) do país.
O crescimento econômico do primeiro trimestre sofreu forte revisão para baixo, de 1,9% para 0,4%. Os dados foram divulgados nesta terça-feira pelo Departamento de Comércio.
O resultado do primeiro semestre deste ano mostra desaceleração econômica e a dificuldade do país de se recuperar da crise.
O consumo das famílias, que representa 70% da economia do país, avançou 0,1%, o percentual mais fraco em dois anos. No primeiro trimestre, essa rubrica cresceu 2,1%.
O dado anunciado nesta sexta-feira sobre o segundo trimestre terá uma revisão em agosto e outra em setembro.
CRISE
O Departamento de Comércio também revisou dados de anos anteriores e apontou que a economia dos EUA encolheu 5,1% entre o segundo trimestre de 2009 e o quarto trimestre de 2007, uma queda maior do que a de 4,1% anunciada anteriormente.
Os números divulgados hoje foram decepcionantes porque a economia se retraiu mais do que divulgado anteriormente durante a recessão. Em regra, uma forte recessão é seguida de uma forte recuperação, ou seja, a taxa de crescimento durante a recuperação é costuma ser maior do que a taxa de crescimento de longo prazo.
No entanto, desta vez, a produção está crescendo a taxas que representam um terço da média das taxas nos últimos 60 anos que precederam a grande recessão. Isso significa que a produção americana está abaixo de seu potencial.
TETO
A notícia chega no momento em que o Congresso americano debate como elevar o teto da dívida e aumentar a arrecadação tributária, balanceando o orçamento dos EUA.
As medidas em debate já preocupam alguns economistas porque indica a dificuldade de recuperação da economia e, até mesmo, a possibilidade de coloca-la novamente em recessão.
O crescimento baixo da economia é parcialmente responsável pela alta taxa de desemprego nos EUA, que impacta em um menor consumo e menor arrecadação tributária.
Em junho, cerca de 14 milhões de americanos estavam procurando por emprego no país.
O baixo crescimento econômico também impacta no orçamento, pois economia morna significa diminuição da arrecadação.
Com a divulgação dos números, Washington fica em uma posição delicada no debate sobre a elevação do teto da dívida. Diante da trajetória da dívida, que está diretamente ligada à trajetória da economia, o Congresso americano precisa impor arrocho tributário.
O aumento de impostos e o corte de gastos estão no centro do debate do teto da dívida, que atingiu seu limite legal de US$ 14,3 trilhões. O Congresso americano tem até 2 de agosto, pelas contas do Tesouro, para aumentar esse teto antes de o governo ficar sem caixa para pagar todas as contas e os juros da dívida.
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