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Internacional
Sexta - 03 de Junho de 2011 às 08:27

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O general sérvio-bósnio Ratko Mladic, que compareceu nesta sexta-feira ao Tribunal Penal para a antiga Iugoslávia (TPII), entrou para a história como um dos culpados pelo massacre de milhares de muçulmanos em Srebrenica e pelo cerco de Sarajevo na guerra da Bósnia (1992-1995).

Acusado de genocídio, de crimes de guerra e contra a humanidade pelo TPII em 1995, o general Mladic, de 68 anos, é alvo de um mandato de prisão internacional desde 1996.

Ele é considerado um dos principais artífices da política de "limpeza étnica" na Bósnia, junto com o ex-presidente sérvio-bósnio Radovan Karadzic, detido há menos de três anos.

Nascido no dia 12 de março de 1943 na cidade de Bozinovici, no leste da Bósnia, Mladic viveu sua infância traumatizado com a morte de seu pai, assassinado pelas milícias croatas pró-nazistas ("ustachis") quando tinha apenas dois anos.

Mladic, que com o passar dos anos chegaria a general, cresceu acompanhando o acirramento do ódio contra os ustachis e os muçulmanos.

Ávido por vingança, tornou-se um defensor extremo do "povo sérvio ameaçado de genocídio e condenado a desaparecer com a entrada do Islã em território europeu", defendendo ardentemente a ideia de uma "grande Sérvia".

Como líder das milícias separatistas sérvias na Croácia, em 1992, depois da proclamação da Republika Srpska (RS), na Bósnia, foi nomeado comandante das forças sérvias da Bósnia.

Baseando-se na máxima de que "as fronteiras sempre foram traçadas com sangue e os Estados são delimitados com tumbas", Mladic permaneceu impassível e impiedoso no cerco a Sarajevo durante três longos anos.

Em julho de 1995, as tropas que o general mantinha sob suas ordens se apoderaram do enclave muçulmano de Srebrenica, que estava teoricamente sob proteção de forças da ONU, e fizeram estragos, massacrando quase 8.000 muçulmanos desarmados.

No ano seguinte, tendo contra si uma ordem de detenção internacional, Mladic foi destituído pela presidente da RS, Biljana Plavsic.

Entrincheirou-se em seu feudo de Han Pijesak, uma base militar próxima a Sarajevo, e de lá viajou para Belgrado, onde teve uma vida confortável até a queda em 2000 do regime de Slobodan Milosevic.

Passaram-se anos de desmentidos oficiais sobre a permanência do general na Sérvia até que, em 2005, um relatório dos serviços secretos de Belgrado revelou pela primeira vez que tinha ficado escondido até junho de 2002 em território sérvio graças à ajuda de oficiais que o protegiam.

bur-arz/dm/fp





Fonte: AFP

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