Mladic será acusado de 11 crimes - e não mais dos 15 previstos anteriormente -, depois que a Procuradoria-geral decidiu simplificar parte de suas propostas.
Em entrevista coletiva, Brammertz não antecipou quando o julgamento poderá começar e lembrou que é algo que não está nas mãos de seu escritório, entre outros motivos porque "os direitos da defesa têm que ser respeitados também neste caso".
Brammertz explicou que o acusado "tem que ter tempo de preparar sua defesa, sua equipe e ler os documentos da acusação", por isso que ressaltou que não pode afirmar quando o julgamento poderá ser iniciado.
A nova acusação é em grande parte uma réplica da contra o ex-líder político Radovan Karadzic, disse o procurador-geral.
Brammertz esclareceu que com a alteração da acusação busca "um caso manejável" e reconheceu que ainda "é cedo" para falar sobre modificações futuras na ata, já que "não se sabe como o acusado organizará a defesa nem todos os detalhes sobre sua saúde".
Perguntado pela opção de unir os julgamentos de Mladic e Karadzic, Brammertz assegurou que se trata de uma "possibilidade teórica" e admitiu que essa era a ideia da Procuradoria quando se pensava que a detenção do general se daria pouco depois da de Karadzic.
Mladic, de 69 anos, comparecerá pela primeira vez perante os juízes na próxima sexta-feira, dia 3 de junho, em uma audiência na qual será informado sobre as acusações e na qual possivelmente serão conhecidos mais detalhes sobre seu estado de saúde.
O secretário do TPII, John Hocking, reconheceu nesta quarta-feira em entrevista coletiva as preocupações do TPII com a saúde de Mladic, que "recebe os melhores cuidados médicos possíveis" na penitenciária.
Na primeira audiência, Mladic escutará as acusações contra ele, entre as quais se encontra a de genocídio pelo massacre de quase 8 mil muçulmanos em Srebrenica.
Outra acusação de genocídio se refere ao assassinato e à perseguição de muçulmanos e croatas bósnios durante a Guerra da Bósnia, entre 1992 e 1995.
Comentários