França diz ser cedo para determinar causas do acidente do voo 447
O governo francês afirmou nesta quinta-feira que ainda é cedo para antecipar as conclusões sobre as causas do acidente do voo 447 da Air France, que caiu no oceano Atlântico em 2009 com 228 pessoas a bordo.
O primeiro-ministro francês, François Fillon, citou o BEA (Birô de Investigação e Análise), órgão encarregado da investigação do acidente, para ressaltar que "ainda não se pode tirar nenhuma conclusão sobre as causas da catástrofe".
Fillon lembrou que o BEA deve publicar amanhã (27) as primeiras conclusões da análise das caixas-pretas do Airbus A330.
"Quanto às responsabilidades, cabe à Justiça, e unicamente a ela, estabelecê-las e anunciá-las quando for o momento", disse o primeiro-ministro.
Recuperadas no início deste mês, as caixas-pretas estão sendo analisadas pelos especialistas do BEA, que prometeram para junho um relatório provisório sobre as causas do acidente.
No entanto, o BEA enfrenta a uma enorme pressão da imprensa internacional por causa dos constantes vazamentos sobre os elementos da investigação, o que provocou a indignação dos familiares das vítimas.
Em carta enviada a Fillon, eles mostraram "dúvidas" sobre "a autonomia" do BEA para dirigir a investigação, após a "divulgação de informações que deveriam ser confidenciais".
REPORTAGENS
Na semana passada, o jornal francês "Le Figaro" informou que a análise preliminar das caixas-pretas do Airbus aponta para um erro dos pilotos como motivo do acidente. O BEA, porém, divulgou nota oficial desmentindo as informações.
No domingo (22), a revista alemã "Der Spiegel" noticiou que o avião sofreu uma parada súbita provocada por gelo acumulado nas sondas de velocidade Pitot e que o comandante do voo, Marc Dubois, não estava na cabine na hora do acidente.
O sindicato de pilotos da Air France rechaçou as reportagens.
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