O brasileiro compareceu a uma audiência com o juiz que acompanha o caso na capital, Islamabad, nesta quinta-feira, e a chancelaria brasileira - que acompanha de perto o caso - diz confiar que tudo deve ser resolvido com o pagamento de uma fiança.
Na última sexta-feira, o paranaense de cerca de 30 anos de idade entrou em um espaço exclusivo para muçulmanos na mesquita de Faisal, na capital do país. Ele gritou palavras sobre a Virgem Maria, enquanto exibia um livro com imagens da tradição cristã, até ser detido.
O crime de blasfêmia é grave no Paquistão, mas a defesa do brasileiro espera que ele possa ser julgado apenas por perturbar a ordem, ofensa considerada bem mais leve no país.
Suspeitas
Após a detenção de Cubek, havia a expectativa de que seu caso pudesse ser resolvido rapidamente.
No entanto, o serviço secreto paquistanês buscou maiores esclarecimentos após vir à tona que o brasileiro, no país há cerca de três semanas, visitou áreas consideradas suspeitas, como as cidades de Peshawar e Quetta.
As cidades, próximas da fronteira com o Afeganistão, são consideradas redutos de extremistas.
O serviço secreto do país vem sendo bastante criticado internacionalmente após a revelação de que o líder da Al-Qaeda, Osama Bin Laden, viveu por anos no país, em uma região próxima de Islamabad.
Cubek não teria entrado no Paquistão em missão missionária ligada a grupo religioso específico, mas sim por iniciativa e meios próprios.
Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, publicada no último domingo, o embaixador brasileiro no Paquistão, Alfredo Leoni, disse que "aparentemente, o rapaz tem problema mentais" e que discutiu com a família de Cubek a situação do paranaene.
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