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Quinta - 05 de Maio de 2011 às 15:40

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Som em volume exagerado até altas horas e roncos uivantes de motores de potentes motocicletas.
Bebedeiras e uso de drogas, algazarras, gritaria, prostituição. Roubos, brigas, garrafas quebradas, lixo jogado pelo chão. Este é o cenário das noitadas de finais de semana que os moradores da região central da cidade têm de aturar em Tangará da Serra.

Há anos o centro da cidade tem registrado abusos, em especial na Avenida Brasil. Primeiro, a movimentação ocorria nas proximidades da rotatória da parte alta da avenida principal, no entroncamento com a Avenida Mauá. Naquele ponto, o trânsito de veículos e de pedestres ficava bloqueado, dando espaço a uma aglomeração de pessoas alcoolizadas e, em alguns casos, sob efeito de entorpecentes.

Com o passar dos anos, este movimento migrou para o entorno da confluência da Avenida Brasil com a Rua Avelina Jaci Bohn. Abusos com álcool, som automotivo em altos volumes, manobras arriscadas com motocicletas e algazarras eram a tônica de toda aquela movimentação, até que, em 2009, um jovem foi vítima de um homicídio.

Aquele crime, porém, não impediu que seguissem as concentrações de centenas de pessoas naquele local. Até hoje, há roncos de motores e uso de som automotivo de forma abusiva. Segundo alguns depoimentos, as farras são regadas a muito álcool e, não raro, também com uso de drogas. Tudo ao ar livre, em pleno passeio público, como uma grande festa rave. Tais aglomerações naquele ponto da Avenida Brasil motivaram abertura de procedimento pelo Ministério Público.

PRAÇA – Outro ponto que causa apreensão de moradores da área central da cidade é a Praça dos Pioneiros e toda a área do cruzamento da Avenida Brasil com a Rua 22 (Décio Burali).

Se a realização de eventos festivos na Praça dos Pioneiros ainda é motivo de discussão judicial, é certo que a cada promoção os moradores das imediações se sentem prejudicados.

Os dois últimos eventos - realizados durante o feriadão de Páscoa e no último final de semana - parecem ter esgotado a paciência de quem mora por ali, no entorno da Praça dos Pioneiros e do Centro Cultural.

Na Páscoa, um evento envolvendo motociclistas causou uma grande perturbação, inclusive no dia 22 de abril, em plena Sexta-feira da Paixão, um dia em que os cristãos preferem o silêncio, por tradição e crença religiosa. “Faziam círculos de fogo no asfalto e cantavam pneus com suas motos. O ronco dos motores era tão alto que dava eco. Muitos carros abriam o som no último volume, naquele tum-tum-tum”, relata a moradora Sonia Galli.

Outro morador, Valter França, diz que pensa em mudar de casa. Aos 59 anos, Valter realiza tratamento neurológico e faz uso de medicamentos vendidos sob receituário médico. No último sábado, França diz ter passado mal. “Não consegui dormir. Fui ficando nervoso porque a barulheira e a algazarra, não paravam. Não fiquei bem”, contou.

Valter e sua esposa, Dª Clemilda, dizem que se sentem muito prejudicados com os abusos que ocorrem durante os eventos. “Se fosse um volume moderado e durasse até, no máximo, meia-noite, tudo bem. Mas não é assim. É som num volume ensurdecedor, gritaria, coisas quebrando. Meu pai tem 82 anos e também passou mal”, disse Valter França, completando que, “nestas situações, as pessoas de bem é que são prejudicadas”.

Outra moradora das imediações da Praça dos Pioneiros, Célia Horn, disse que o volume do som é exagerado a tal ponto de fazer estremecer o chão e as janelas de sua casa. “Dia destes, o alarme do carro, que estava na garagem, disparou por causa da trepidação provocada pelo som alto. Não podemos assistir TV na sala por causa do barulho”, reclamou Célia Horn, que disse já ter presenciado até mesmo cenas de roubo durante os eventos.

RIGOR – Os moradores da região central pedem socorro às autoridades e mais rigor dos órgãos de segurança pública. Um morador relatou que em várias ocasiões recorreu à polícia, mas as ações dos policiais não renderam o efeito esperado.

O morador Pedro Galli disse que, no último sábado, chegou a recorrer a um membro da administração municipal para que o problema fosse solucionado. “Liguei para ele, que disse que tomaria providências, mas nada foi feito”, contou revoltado.

Uma ação civil pública para proibir eventos festivos na Praça dos Pioneiros chegou a ser movida pelo Ministério Público, mas a responsabilidade pelos eventos foi atribuída à prefeitura municipal. A ação ainda segue, já que houve recurso do MP. Enquanto estes problemas persistem, os moradores da região central seguem sem saber se terão tranquilidade ou se conseguirão dormir nas noites de finais de semana.





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