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Cidades/Geral
Quinta - 05 de Maio de 2011 às 11:22
Por: Isa Sousa

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Cidades surgiram, entre outros motivos, por diferenças culturais e viabilidade econômica
Cidades surgiram, entre outros motivos, por diferenças culturais e viabilidade econômica

Mato Grosso foi o estado com maior surgimento de municípios da região Centro-Oeste nos últimos 50 anos. No total, o estado aumentou 486%, passando de 29 cidades, em 1960, para 141, em 2010. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado na semana passada.

O crescimento foi o dobro alcançado nos estados vizinhos. Enquanto Goiás passou de 35 para 78 municípios, o que significa 222% de surgimento de novas cidades, Mato Grosso do Sul passou de 146, em 1960, para 246 municípios no ano passado, alcançado 168% de crescimento.

Conforme o economista Vitor Galesso, ao menos três fatores foram determinantes nas cinco décadas avaliadas.

O primeiro seria o próprio tamanho do Estado, que proporcionou um processo intenso de colonização, principalmente na década de 1970, em diversas regiões de Mato Grosso, porém com foco maior no Norte e Noroeste.

O segundo seria a busca de emancipação de atuais cidades mato-grossenses que, sem fonte de renda fixa, foram criadas para ter o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e, a partir dele, iniciarem processo de crescimento econômico.

O último fator seria a diferença cultural. Conforme Galesso, muitos municípios que se incorporavam a outros buscaram sua emancipação por falta de compatibilidade ou mesmo fatores de raízes econômicas.

"Se por um lado alguns lugares surgiram por questão de sobrevivência, outras cidades foram criadas pela diferença cultural. Diamantino, por exemplo, surgiu da busca de diamantes, já Lucas do Rio Verde, região próxima, surgiu de um processo de colonização de pessoas vindas do Sul do país", avaliou.

Estagnação

Ainda que o surgimento de novos municípios em Mato Grosso seja uma linha ascendente, quando analisado década à década, o economista Vitor Galesso afirma que é preciso cuidado em previsões para o futuro.

Conforme dados do IBGE, em 1970 eram 34 cidades, em 1980 o número subiu para 55, em 1990 eram 95 e, na década de 2000 Mato Grosso alcançou 126 municípios.

"É natural que com o tempo caia o surgimento de novas cidades. Mato Grosso deve passar por uma queda grande em relação a isso. Embora alguns distritos estejam atualmente se viabilizando no sentido de se tornarem cidades, com certeza o volume cairá porque agora existem núcleos urbanos mais organizados e mais bem formados", disse.

Extinção

A respeito da possibilidade da extinção de alguns municípios em Mato Grosso, o economista refutou a possibilidade. Para Galesso, a regra é mais de crescimento do que de retrocesso.

"Existe a possibilidade de acontecer, mas eu acho que o Estado tem muita coisa que crescer em termos produtivos. Dificilmente essa situação deva acontecer".

Um dos motivos principais da não extinção, de acordo com o economista, é a evolução no processo de renda, com programas do Governo Federal como o Fome Zero, ou outros estaduais, que fazem com que o valor obtido pelos mais carentes movimente o mercado local.

"Há uma tendência que os pequenos negócios e a apropriação de bens por parte da população mantenham os municípios, mesmo os pequenos, crescentes economicamente nos próximos anos", disse.

O que pode ocorrer ainda, segundo Galesso, é que alguns locais passem por subdivisão, devido diferenças que já fizeram outras cidades surgirem.

"Áreas muito grandes, ao Norte e Noroeste podem ser subdivididos. Já a região sul, na Baixada Cuiabana, não deve sofrer grandes modificações nos próximos anos".






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