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Internacional
Domingo - 10 de Abril de 2011 às 14:13

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Forças leais ao presidente da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, romperam o perímetro de segurança em torno do complexo presidencial neste sábado.

A ofensiva mostrou que Gbagbo, que está confinado em bunker do palácio presidencial, pode ter ganhado um novo fôlego na luta de Gbagbo para se manter no poder.

Moradores de um distrito de Abidjan disseram ter ouvido durante duas horas explosões e tiros de armas pesadas antes do sol nascer neste sábado. Forças francesas disseram que helicópteros que iriam retirar diplomatas de uma residência próxima do complexo presidencial foi atingida por tiros.

Nenhum soldado francês foi ferido durante o ataque das forças pró-Gbagbo. Os helicópteros revidaram os disparos, atingindo um veículo militar, disse o porta=voz francês, Frederic Daguillon.

QUARTEL-GENERAL

O hotel na cidade de Abidjan, onde se encontra o presidente eleito da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, foi alvo do ataque de morteiros neste sábado, disse um funcionário da Organização das Nações Unidas.

Ouattara ganhou oficialmente a eleição presidencial do último dia 28 de novembro, mas não pôde assumir devido a resistências do mandatário anterior, Laurent Gbagbo, que se recusa a deixar o poder, levando o país africano a violentos confrontos entre forças de ambos os lados.

"Morteiros estão direcionados ao Golf Hotel", disse o funcionário da ONU à agência Reuters, em uma mensagem de texto, sob a condição de anonimato.

O oficial disse que ninguém morreu no hotel na principal cidade da Costa do Marfim, e que o ataque parecia estar vindo da área do principal palácio presidencial em Abidjan.

Este é o primeiro ataque desse tipo que tem diretamente como alvo o local onde estão Ouattara e sua equipe de governo, desde o início da crise marfinense há mais de quatro meses.

"Estamos sendo atacados com armamento pesado e leve. As paredes chegaram a tremer, o pessoal está indo para o porão", declarou um empregado do hotel.

Segundo várias testemunhas, os disparos começaram antes das 17h, no horário local.

"Os tiros estão muito próximos. Franco-atiradores dispararam rajadas de Kalachnikov. Os pró-Gbagbo nos atacam em todas as frentes", inclusive do outro lado da Lagoa, em frente ao Golf hotel, declarou um hóspede à agência France Presse.

AVANÇO DE GBAGBO

Um representante da ONU disse na sexta-feira (08) que as forças do líder da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, ganharam terreno na maior cidade do país, Abidjan, onde tem enfrentado os simpatizantes do presidente internacionalmente reconhecido do país, Alassane Ouattara.

O chefe da missão de paz da ONU no país, Alain le Roy, disse que os soldados pró-Gbagbo aproveitaram um momento de calmaria nos conflitos e uma tentativa de negociação de paz na terça-feira para reforçar suas posições.

Também na sexta-feira, a residência do embaixador francês na Costa do Marfim foi bombardeada pelas forças pró-Gbagbo.

Ouattara, por sua vez, pediu que a União Europeia levante as sanções que impôs ao país. Forças leais a ele controlam dois dos principais portos do país, o de Abidjan e o de San Pedro, por onde é exportado boa parte do cacau marfinense.

A Costa do Marfim é o maior produtor mundial de cacau, indústria que tem sido duramente prejudicada pelas turbulências e incertezas que o país atravessa.

Gbagbo tentou a reeleição em um pleito realizado em novembro passado, mas a comunidade internacional considera que o vencedor foi Ouattara. Alegando fraude, ele se recusa a deixar o poder, o que gerou uma grave crise no país africano.






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