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Policia MT
Segunda - 04 de Abril de 2011 às 07:27
Por: JOANICE DE DEUS

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Ilustração

Os crimes cometidos por menores de idade estão cada vez mais frequentes, violentos e assustadores à população da Grande Cuiabá. Dados da Delegacia Especializada do Adolescente (DEA) mostram que entre janeiro e março deste ano 720 adolescentes estiveram envolvidos em algum tipo de ato infracional. Do total, 80% são reincidentes.

As ocorrências são diversas. Anteontem, por exemplo, um esquema de roubo de moto chefiado por um adolescente de 15 anos foi desarticulado por policiais militares em Várzea Grande. Além do garoto, foi detido um irmão dele, também adolescente de 17.

No último fim de semana, outro rapaz de 17 anos foi preso após participar do assalto a uma joalheria no bairro CPA, na Capital. Ele estava na companhia de outros dois menores, que fugiram. Um deles estava armado e exigiu que o proprietário colocasse joias numa sacola, além de R$ 1 mil que estavam no caixa. O assalto ocorreu por volta das 16 horas, quando havia pouco movimento.

Mesmo em locais onde a segurança privada normalmente é reforçada, a população não tem tido trégua. A jornalista Maria Aparecida Aguiar, 55 anos, é uma dessas vítimas. Ela mora em um condomínio fechado localizado na região do Centro Político Administrativo (CPA) e a há uma semana teve a residência arrombada em plena luz do dia.

Maria Aparecida conta que os bandidos reviraram toda a casa, fizeram muita bagunça e um “limpa”. “Levaram notebook, MP4, relógio, joias, bijuterias, máquina fotográfica, garrafas de vinho. Acho que só não levaram mais coisas porque o vizinho do lado, que estava de férias, percebeu e chamou a polícia”, relata.

Conforme Maria Aparecida, foi possível saber que os rapazes tinham entre 15 e 17 anos porque o vizinho viu três deles passando os produtos furtados por cima do muro de uma das laterais do condomínio, que faz fundo com a área do Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (Inpe). “No condomínio são mais de 20 casas que já foram assaltadas”.

A jornalista não tem dúvidas de que se trata dos mesmos delinquentes. “São sempre os mesmos. Um deles já foi ‘pego’ e chegou a dizer que não adiantava por que tanto ele como os amigos dele iam voltar. Eles sabem que não ficam muito tempo na cadeia, sabem que há impunidade”, comenta. Para ela, no entanto, por trás da ação dos menores devem ter adultos.

Maria Aparecida afirma ainda que embora a Polícia Militar tenha sido acionada, a resposta que recebeu era que não “podia fazer nada”. “Não fizeram nada. Disseram que só poderia fazer alguma coisa se o assalto (furto) estivesse em curso, ou seja, se você estiver se atracando com o bandido, aí eles vão”, critica. “A polícia tem no mínimo que dar apoio moral”, acrescenta.

Já na manhã do último domingo, o comerciante Alcides Flávio Fabri, 30 anos, conseguiu evitar que um adolescente, acompanhado de um adulto, também fizesse um limpa no apartamento em que a irmã dele mora em um condomínio habitacional localizado no Santa Cruz II. “Eu cheguei em tempo, mas os vizinhos já haviam chamado a polícia”, comenta.

Segundo Fabri, os dois suspeitos foram detidos e ficou constatado que eram do Jardim Vitória, bairro que fica a 15 quilômetros do Santa Cruz. “Eles ficam ‘olhando’ o movimento dos moradores para depois cometer o crime”, frisa. Os dois bandidos estavam de bicicleta e um deles, sem camisa.

Um total de 232 adolescentes foi apreendido em flagrante. Nos demais casos, houve o registro da ocorrência e as investigações estão em andamento para se chegar aos infratores. Detido, o menor é apresentado à Promotoria de Justiça. Dependendo da infração, ele é liberado ou recolhido no Centro Acautelatório do Complexo Pomeri por no mínimo 45 dias. A partir daí, a Justiça decide pela sua internação definitiva de três anos ou não.
 






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