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Nacional
Terça - 29 de Março de 2011 às 15:46

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O ex-vice-presidente José Alencar, morto nesta terça-feira vítima de câncer, deu partida a sua carreira empresarial com uma modesta "vendinha" de duas portas e um capital de 15 mil cruzeiros, no final dos anos 40. Mas para fundar sua empresa mais importante, a Coteminas (Companhia de Tecidos Norte de Minas), ele contou com bem mais apoio que um empréstimo do irmão mais velho, Geraldo Gomes da Silva.  

Já estabelecido como empresário do setor têxtil desde o início da década de 60, Alencar se uniu ao deputado Luiz de Paula Ferreira, da área de algodão, e obteve capital do BMDG (Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais) e da Sudene (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste), órgãos do governo militar voltados para o desenvolvimento do setor industrial na região.

A Sudene havia sido criada em 1959, por iniciativa do governo Juscelino Kubitschek, e sob inspiração do economista Celso Furtado, para estimular o desenvolvimento do Nordeste. Mais tarde, já sob o governo militar, a superintendência focou esforços e dinheiro na expansão do setor industrial da região, caracterizado à época por empresas artesanais, de pouca expressão.

A Coteminas constituiu a quase totalidade de seus maiores empreendimentos em regiões incentivadas pela superintendência, tais como a Cotenor e a Cebractex (complexo industrial têxtil integrado), em Montes Claros (MG) ou mais recentemente a Wentex (fabricante de roupas), em São Gonçalo do Amarante (RN).

Os órgãos oficiais ainda continuam como parceiros importantes do desenvolvimento da Coteminas. A administração da empresa encerra o balanço de 2009 com agradecimentos "à Sudene, ao BNDES, ao BDMG, ao BNB [Banco Nordeste], ao Banco do Brasil (...) e a todos que contribuíram direta ou indiretamente para a consecução dos objetivos oficiais"






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