Intervenções do Banco Central (BC) e a expectativa pelo anúncio de medidas no câmbio ditaram leve alta ao dólar nesta segunda-feira, mas o movimento foi amortecido por entradas de recursos. A moeda americana fechou com valorização de 0,12%, a R$ 1,662 na venda.
"O dia foi "morto". Não teve nada nenhum indicador relevante, nenhuma notícia que mexesse de fato com o mercado. O que a gente viu foi algum fluxo positivo, que o Banco Central tentou enxugar através dos leilões", afirmou Pedro Scattone, operador de câmbio da corretora Souza Barros.
A autoridade monetária reforçou as atuações nesta sessão e comprou dólares três vezes, através de dois leilões no mercado à vista e um no futuro, este último via swap cambial reverso.
"Essa pequena oscilação do dólar hoje foi por causa dos três leilões do BC", resumiu Ovídio Soares, operador de câmbio da Interbolsa do Brasil.
Foi a primeira vez desde fevereiro que o BC fez swap reverso, negociando o equivalente a US$ 821 milhões em contratos com data de início em 1º de abril. Dessa forma, foi um leilão de rolagem para os lotes anteriores que vencerão naquela data . "O BC deve fazer outros leilões para rolar os próximos contratos, porque há demanda", comentou Soares.
De acordo com dados da autoridade monetária, após 1o de abril, a próxima data de vencimento seria 2 de maio, com a expiração de US$ 1,375 bilhão em contratos.
Para Soares, os investidores devem continuar na expectativa de que sejam anunciadas novas medidas para conter a recente alta do real.
A leva alta do dólar nesta sessão contrastou com a ligeira queda de 0,12% da moeda ante uma cesta de divisas. Tal movimento era influenciado pela valorização do euro, que era cotado perto de US$ 1,40 por apostas de que o Banco Central Europeu (BCE) pode elevar o juro na zona do euro já na próxima reunião de política monetária, em abril.
Na terça-feira, investidores ficarão de olho em alguns dados macroeconômicos norte-americanos, entre eles a confiança do consumidor de março.
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