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Opinião
Sábado - 27 de Fevereiro de 2010 às 12:55
Por: Mario Eugenio Saturno

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Em 1901, Einstein, formado em física, não encontrava trabalho, como faltara muito, os professores não o tinham em consideração. Em carta à família, Einstein julgou que seria melhor não ter nascido. Einstein trabalhou como professor substituto algum tempo, e só. Seu pai morreu vendo seu filho fracassar. Em 1902, um amigo arrumou um trabalho no Instituto de Patentes da Suíça.

Como ele era ágil, sobrava-lhe muito tempo para pensar no universo. E, em 1905, chamado o ano do milagre, Einstein escreveu quatro artigos que mudariam o mundo. O primeiro, ele propôs a existência do fóton (de luz) e explicou os fenômenos fotoelétricos, teve pouco apoio pois contradizia a teoria ondulatória da luz proposta nas equações de Maxwell. O segundo artigo usava o movimento browniano como evidência da existência dos átomos e calculou o tamanho dos átomos. O terceiro artigo, ele introduziu a relatividade restrita, com a famosa equação E = mc2, ou seja, um pouquinho de matéria poderia gerar uma quantidade enorme de energia. Indo ao trabalho de ônibus, em Berna, olhando para o Relógio da Praça, Einstein imaginou estar viajando à velocidade da Luz e viu o relógio parar, criara o conceito do Espaço-Tempo, o tema do quarto artigo.

Em 1907, aos vinte oito anos e trabalhando como funcionário do Instituto das Patentes, Einstein queria transformar a Teoria Especial da Relatividade em Teoria Geral da Relatividade, em que explicasse não só o tempo mas também a gravidade. Max Planck teria dito que seria extremamente difícil e, se ele conseguisse, ninguém acreditaria. Então, Einstein, ao ver uns pintores em prédio vizinho, imaginou o que aconteceria se ele caísse, ele não sentiria a força da gravidade, o espaço-tempo era deformado pela massa e o espaço é quem empurrava os corpos.

Einstein, finalmente, conseguiu um emprego de professor em 1911 na Universidade de Zurich. Ganhou o respeito dos cientistas e do povo. Proferiu muitas palestras. Mas ainda teria que provar que o espaço é deformado pela massa. Então, ele imaginou que o sol teria massa suficiente para desviar a luz, e pediu, em 1912, para que os astrônomos observassem as estrelas durante o eclipse solar.

Em 1914, Einstein foi convidado a trabalhar em Berlim, aceitou. Campbell e Frohelich foram à Rússia para observar o eclipse do sol. A guerra estourou e o alemão Frohelich foi preso e o norte-americano Campbell observou um céu nublado. Um fracasso total! Na verdade providencial, pois Einstein verificou que errara suas equações, se Campbell tivesse sucesso, a teoria seria aniquilada.

Em 1916, Einstein publicou um artigo com as equações corretas. O britânico Eddington tomou conhecimento das teorias de Einstein e quis participar. No eclipse de 1918, somente Campbell pode observar. Porém, as fotos não ficaram boas o suficiente para confirmar. Em 1919, Eddington partiu para a África e Brasil. Na Real Sociedade, Eddington, diante do retrato de Newton, confirmou a Teoria de Einstein.

Mario Eugenio Saturno é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), professor universitário e congregado mariano. (mariosaturno@uol.com.br)


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