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Opinião
Sexta - 10 de Dezembro de 2021 às 10:50
Por: Giovana Fortunato

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A dor na região pélvica pode ser determinada por diferentes etiologias, incluindo causas intestinais, ginecológicas, urinárias, musculares, funcionais e até por stress.


Neste artigo, vamos falar da dor pélvica crônica de origem ginecológica, como cistos ovarianos, inflamações no útero e trompas ou infecções urinárias e intestinais, outras vezes, são dores crônicas com muitas etiologias diferentes.

As principais causas de dor pélvica crônica de origem ginecológica são:

Endometriose

É uma das causas mais comuns de cólica e dor pélvica crônica nas mulheres, acometendo cerca de 5-15% das mulheres durante o período reprodutivo. Os sintomas da endometriose são frequentemente a cólica menstrual, dor para ter relações sexuais, alterações intestinais ou urinárias durante as menstruações, além da eventual dificuldade para engravidar.

Adenomiose

É a presença de tecido endometrial dentro do miométrio, camada do útero constituída por músculo. Possui semelhança com a endometriose que é a presença de tecido endometrial que invade o peritônio, membrana que envolve todos os órgãos do abdome. A adenomiose é uma doença muito frequente, especialmente após os 30 anos, sendo rara em adolescentes. Apresenta como principais sintomas a dor pélvica, cólica menstrual e o aumento do sangramento.

Mioma uterino


Mioma é um tumor benigno do útero, acometendo cerca de 60% das mulheres. Na maior parte das vezes não determina sintoma. Porém, quando os nódulos encostam ou entram dentro do endométrio ou quando possuem grandes dimensões. Nestas situações podem provocar dor pélvica, aumento do sangramento e sensação de peso.

Massas pélvicas

Massas pélvicas são tumores que podem ter origem no útero, ovários, tubas e estruturas adjacentes, com o intestino e estruturas retroperitoneais. Podem ser benignos ou malignos e necessitam de investigação inicialmente com ultrassonografia transvaginal e frequentemente complementação com ressonância magnética, para completo entendimento do estadiamento da doença nas situações em que a massa anexial é maligna. Podem determinar dor pélvica, sensação de peso e aumento do volume abdominal.

Congestão pélvica

Síndrome da congestão pélvica é uma causa comum de dor pélvica crônica em mulheres que já tiveram pelo menos um filho. A dor típica acontece durante a menstruação e piora quando a mulher fica em pé ou com esforços. Pode acontecer também dor durante as relações sexuais, mas tipicamente a dor continua por horas após o término da relação, associado a uma sensação de peso.

Aderências pélvicas

Aderências pélvicas podem ser causadas por sequelas de infecções no útero e trompas, a chamada doença inflamatória pélvica aguda (DIPA), uma doença sexualmente transmissível, causada principalmente pelas bactérias Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis. A DIPA grave é caracterizada por abscessos (pus) nas tubas uterinas e na pelve. Outra causa para aderências pélvicas são cirurgias prévias. Cada cirurgia que a mulher realiza, por diferentes motivos, modifica um pouco a anatomia da região e favorece a formação de aderências e dor pélvica crônica.

Importante reforçar que as mulheres devem fazer consultas anuais ao ginecologista ou quando notar que algo não vai bem com a sua saúde. Avaliações clínicas e exames específicos levarão ao diagnóstico e o médico indicará a melhor forma de tratamento.

Giovana Fortunato é ginecologista e obstetra, professora da UFMT



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