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Opinião
Terça - 28 de Junho de 2022 às 09:45
Por: RENATO DE PAIVA PEREIRA

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O Lula anunciou o esboço de seu plano de governo a ser implantado, se porventura, ganhar as eleições.

Alguns detalhes chamaram a atenção da mídia, que os noticiaram com destaque. Entre eles está a contestação da reforma trabalhista que foi aprovada no Congresso, sob o governo reformista do Michel Temer.

A justiça trabalhista, antes da reforma, estava muito partidarizada. Sem nenhuma consequência punitiva, trabalhadores desonestos e seus sindicatos, estimulados e ajudados por advogados gananciosos, reclamavam na justiça os mais absurdos direitos, sabendo que se perdessem, como quase sempre perdiam, restavam-lhes o sabor de ter incomodado o ex patrão, além de ter-lhe causado prejuízos financeiros para se defender.

A reforma trabalhista melhorou muito esta condição. Não que agora os trabalhadores estejam desprotegidos pela justiça. Os mesmos rigorosos juízes trabalhistas continuam julgando as causas, só que há despesas judiciais a pagar pelos trabalhadores, quando a demanda fracassa, O que é normal em outras áreas do direito.

Mas o Lula com seu plano de governo vai além. Ele quer furar o teto de gastos. Aquele mecanismo, também pensado e aprovado no governo Temer que impede os governantes de gastar sem limite, passando para o próximo as despesas mirabolantes não pagas.

O próximo mandatário, contando também com a possibilidade de não ter limite de gastos, vai passando a conta pra frente, empurrando assim uma enorme dívida, que se torna impagável. Impagável e insuportável porque ela é alimentada por juros, com seu voraz apetite.

Tem também o lado oportunista o Plano do Lula. Aproveitando o cruel assassinato do indigenista e do jornalista na Amazônia, propõe ações na Funai. Mas, esse capítulo, eu creio, não passa de esperteza política dos elaboradores do documento, surfando na repercussão do caso.

Também, nessa mesma balada, está a “solução” que apresenta para a Petrobrás. É enganador dizer que a Estatal ou o atual governo são responsáveis pelo custo dos combustíveis. Este é um problema mundial e o Brasil não tem como escapar dele.

Cita ainda a valorização da imprensa e segurança de seus profissionais. Mas quem conhece o Lula sabe que ele está falando só para agradar a mídia e eleitores desaviados. Ele sempre sonhou em regular o direito de livre expressão, eufemismo para botar um cabresto nos jornais, rádios e Tvs.

Na mitologia grega, Caríbdis e Cila eram monstros marinhos que representavam grandes perigos enfrentados pelos navegadores.

Na Odisseia, Homero narra a história de Odisseu. Em seu percurso, o herói depara com uma situação delicada: em um lado do estreito que atravessava estava Caríbdis, monstro das profundezas que sorvia e vomitava água, formando um redemoinho.

Entretanto, Odisseu não podia evitar o redemoinho navegando pelo lado oposto, pois lá se encontrava Cila, monstro ameaçador de doze pernas e seis cabeças. Percebeu que não podia pender nem muito para um lado, nem para o outro. O meio era o caminho seguro.

Politicamente estamos entre Cila (Lula) e Caríbdis (Bolsonaro), só que diferente de Odisseu não temos o caminho do meio. A “terceira via”, que seria essa opção, por falta de eleitores, foi pro brejo.

Há pouquíssimas esperanças para os próximos quatro anos, mas não desanimemos porque a história não acaba aqui.

Renato de Paiva Pereira é empresário e escritor.



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