Repórter News - www.reporternews.com.br
Opinião
Segunda - 18 de Março de 2024 às 00:50
Por: Sonia Mazetto

    Imprimir


O poder e a influência na política são temas frequentemente discutidos na arena política, especialmente durante as campanhas eleitorais e o exercício do mandato. No entanto, nem sempre essa influência é utilizada para beneficiar verdadeiramente a sociedade, sendo muitas vezes direcionada para os interesses pessoais dos políticos, em detrimento do bem-estar coletivo.

Existe, portanto, um desvio de foco dos interesses públicos, o que sugere uma desconexão entre os políticos e as necessidades reais das comunidades que representam. Apesar de ser estabelecido que os governantes lideram e trabalham para o povo, na prática, observa-se que muitas vezes o compromisso pessoal é o que prevalece.

Pois claramente, os políticos desfrutam de uma grande liberdade em seus cargos. Quem não gostaria de ter esse tipo de trabalho? Você tem liberdade considerável para agir dentro dos limites do seu cargo e explorar diversas oportunidades. O poder e a influência associados ao título político facilmente sobem à cabeça, inflando o ego e alimentando a sensação de importância exagerada.

Nesse sentido, é fundamental compreender a imensa responsabilidade que os cargos carregam. Essa responsabilidade não se restringe apenas ao âmbito local, mas envolve também uma dimensão universal, de irmandade e perspectiva de longo prazo muito séria. Esses líderes são, em essência, cuidadores da população, e suas ações devem ser orientadas para proteger e cuidar das pessoas.

Um cuidador não negaria alimento a quem precisa, pois sabe que isso pode levar à morte. Da mesma forma, não permitiria que alguém que necessita de água fique privado desse recurso vital ou que moradores reivindiquem o asfaltamento das ruas do bairro, no qual todas as ruas, e não apenas algumas, precisam ser devidamente asfaltadas para garantir o bem-estar da comunidade.

É preocupante observar a afetação política, onde o uso do discurso exaltado é equivocadamente associado à coragem e força, no qual muitos se enganam ao acreditar no uso de entonações do famoso “discurso político”. Na verdade, isso não passa de uma performance vazia. Como bem disse uma líder feminina, uma mulher não precisa expor seu corpo para se empoderar; a verdadeira força está em usar a mente.

É comum ver políticos que, durante a campanha, se apropriam de conquistas coletivas como se fossem méritos individuais. Eles tentam adotar como filhos os resultados do trabalho conjunto, quando na realidade não passam de integrantes de uma equipe. Isso é uma prática comum na política atual: prometer ações em troca de votos, em vez de agir pelo bem da população sem esperar nada em retorno.

Sonho com um dia em que tenhamos mais pessoas comprometidas com o verdadeiro serviço público, pessoas que compreendam e vivam esse ideal. Talvez assim possamos superar o caos, a desesperança e a descrença que atualmente permeiam nossa sociedade. É doloroso constatar que, mesmo com tantas necessidades urgentes, muitas vezes aqueles que estão no poder priorizam seus próprios interesses e os de seus círculos mais próximos, negligenciando aqueles que mais necessitam. Isso é algo que precisa mudar urgentemente.

Por isso, insisto que a política não deve ser encarada como um mero emprego, onde o foco principal é o ganha-pão. Aceitar essa mentalidade equivocada torna-se o primeiro passo para se perder no emaranhado de corrupção e desonestidade que infelizmente é tão comum no cenário político.

Entendo que há pressões e tentações no caminho político, mas sempre mantive a convicção de que minha integridade e meus valores não estão à venda. Se algum dia me encontrar em uma encruzilhada onde meus princípios sejam postos à prova, sei que não hesitarei em permanecer firme. Pois, para mim, o verdadeiro valor está em servir ao bem comum, mesmo que isso signifique enfrentar obstáculos e adversidades.

Devemos ser agentes de mudança, capazes de promover a cura nas feridas sociais e políticas que afligem nossa comunidade. Acredito que, no final das contas, cada um de nós tem um papel a desempenhar nessa jornada. Sei que tenho a responsabilidade de seguir adiante com integridade e determinação, mesmo diante das adversidades. Pois, ao fazer isso, estou contribuindo para um futuro mais justo e transparente.

Sonia Mazetto – Gestora de Potencial Humano, Terapeuta Integrativa, Fonoaudióloga e Palestrante.



Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://www.reporternews.com.br/artigo/5910/visualizar/