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Opinião
Segunda - 20 de Maio de 2024 às 00:14
Por: Renato de Paiva Pereira

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Pesquisa do Instituto Quaest de 13 de maio registra alguns números preocupantes. O principal deles é que o Presidente apresenta índices de popularidade em baixa. Claro que não me preocupo com a aceitação do Presidente no eleitorado, mas temo a reação dele diante da queda de intenção de voto.

O Lula é um obcecado pelo aplauso popular e para consegui-lo está sempre disposto a abrir mão da austeridade fiscal se isto gera votos. Nesse momento o risco é que intensifique o populismo eleitoreiro como medida para reverter ou ao menos desacelerar a queda da popularidade. Não custa nada ele incrementar as bolsas que já existem ou criar outras para contentar os eleitores que começam a debandar.


Mas a pesquisa traz ainda outros dados interessantes. Um deles é a excelente popularidade da Michele Bolsonaro que aparece na frente do próprio Tarcísio de Freitas, tido como um substituto natural do Bolsonaro na campanha presidencial de 2026. Eis que a ex-primeira-dama obteve 33% das intenções de voto contra 32% do Haddad e 28% do Tarcísio. O Caiado, o Zema e o Ratinho Jr, sempre citados como possíveis presidenciáveis, são preferidos por menos de 10% dos eleitores.

Outro fato que chama a atenção, ainda sobre a Michele, é a preferência do povo por uma candidata cuja única virtude apresentada até aqui é ser mulher do “mito” e saber fazer orações emocionadas diante das plateias bolsonaristas.

Mas estes dados não animaram os seguidores do mito, pois eles, por enquanto, apostam em uma eventual anulação do impedimento eleitoral do Jair Bolsonaro, possibilidade que já se desenha no horizonte. Para crer na viabilidade esse plano, basta lembrar que o Lula estava preso e com os direitos políticos cassados e conseguiu anular a pena e eleger-se presidente da república.

Parece mesmo que estamos sem opções: a direita no Brasil submergiu abrindo espaço para a esquerda e a extrema-direita

Mas, o principal índice medido – o que pode levar a ações irresponsáveis – é que 55% dos eleitores rejeitam dar um novo mandato ao Lula.

Ora, vejam só a pretensão do presidente: depois de 03 mandados e já beirando os 80 anos, ainda teima em permanecer na frente do governo, resistindo a abrir espaço para novas ideias de gente mais jovem. Há ainda uma surpresa na sondagem: 42% dos pesquisados estariam dispostos a dar mais um mandato ao presidente. Ou seja, depois de 12 anos ouvindo os discursos grandiloquentes e repetitivos do PT, muitos continuam dispostos a dar-lhe mais 4 anos de palanque para sua verborragia.

Parece mesmo que estamos sem opções: a direita no Brasil submergiu abrindo espaço para a esquerda e a extrema-direita. Com ela e por culpa das últimas lideranças que ocuparam ou ocupam a presidência, nossas instituições caíram no descrédito popular.

É bom lembrar que sem instituições fortes não prospera a democracia. Alguém pode não gostar, por exemplo, da formação atual do STF ou criticar a atuação de um ou outro ministro, mas a Instituição está acima do grupo transitório que a comanda a cada período. Assim também o TSE e o Exército – este, vítima de recentes e nefastas Fake News durante a cheia do RS.

Renato de Paiva Pereira é escritor e empresário



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