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Opinião
Segunda - 11 de Novembro de 2024 às 00:58
Por: Rafael Torres

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A nefropatia diabética é uma complicação comum do diabetes, que afeta os rins e pode levar à insuficiência renal se não for tratada adequadamente. Esta condição ocorre quando os altos níveis de glicose no sangue, típicos do diabetes, danificam gradualmente os vasos sanguíneos dos rins, comprometendo sua função. Como os rins são responsáveis por filtrar resíduos e excessos do sangue, a nefropatia diabética pode prejudicar essa função vital.

O que é a Nefropatia Diabética?

Os rins são compostos por pequenos filtros chamados néfrons, que removem impurezas do sangue. Na nefropatia diabética, a exposição prolongada à glicose elevada danifica os néfrons, prejudicando a filtragem de substâncias. Isso pode causar um acúmulo de resíduos e fluídos no corpo, afetando a saúde geral e, com o tempo, levando à falência renal.

Sintomas e Diagnóstico


Nos estágios iniciais, a nefropatia diabética pode não apresentar sintomas evidentes. Por isso, é importante monitorar a saúde renal regularmente, especialmente para pessoas com diabetes. Alguns sinais que podem aparecer conforme a doença progride incluem:

- Inchaço nas pernas, tornozelos ou pés

- Fadiga constante

- Pressão arterial elevada

- Presença de proteínas na urina (detectada por exames laboratoriais)

O diagnóstico precoce é crucial para retardar e evitar o agravamento da doença. O exame de quantificação da albuminúria verifica a presença de proteínas na urina sendo uma ferramenta importante para detectar formas precoces de nefropatia diabética, juntamente com o exame da creatinina, que irá avaliar a presença de possíveis sequelas tardias pela diabetes no rim.

Fatores de Risco

Os principais fatores de risco para o desenvolvimento da nefropatia diabética incluem:

- Controle inadequado da glicose: Níveis elevados de açúcar no sangue por períodos prolongados aumentam o risco de danos nos rins.

- Hipertensão arterial: A pressão alta danifica ainda mais os vasos sanguíneos dos rins. Sendo que hoje no Brasil hipertensão e diabetes juntas são responsáveis por mais de 70% dos pacientes portadores de doença renal crônica terminal em hemodiálise.

-*Histórico familiar de doença renal ou diabetes.

revenção e Tratamento

A boa notícia é que a nefropatia diabética pode ser evitada ou retardada com o controle rigoroso do diabetes , a adoção de um estilo de vida saudável e o uso de alguns medicamentos que retardam a progressão desta doença, quando indicados.

- Controle glicêmico: Manter os níveis de glicose no sangue dentro dos valores recomendados pelo médico é a forma mais eficaz de prevenir danos aos rins.

- Controle da pressão arterial: Manter a pressão sob controle é essencial. Em alguns casos, medicamentos podem ser prescritos para ajudar.

- Alimentação saudável e exercícios: Uma dieta equilibrada, aliada a uma rotina de atividades físicas, ajuda a controlar o diabetes e a pressão arterial.

- Medicações: Existem medicações que em cenários especificos ajudam na redução da proteinúria e consequentemente reduzem a progressão da doença renal crônica e da chance de hemodialise.

Conclusão

A nefropatia diabética é uma condição séria que pode levar a necessidade de hemodiálise, mas evitável com o acompanhamento adequado e mudanças no estilo de vida. Pacientes com diabetes e hipertensão devem estar atentos à saúde renal e realizar exames regularmente para detectar problemas precocemente.

O controle rigoroso do diabetes, aliado a hábitos saudáveis, é a chave para proteger os rins e melhorar a qualidade de vida a longo prazo.

Se você tem diabetes, garanta que esteja realizando os exames de rotina necessários para verificar os primeiros sinais de acometimento renal pela doença.

Rafael Torres é especialista em Nefrologia pela faculdade de medicina da Universidade de São Paulo - Ribeirão Preto / USPRP



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