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Saúde
Domingo - 20 de Fevereiro de 2011 às 22:22

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O deficit de memória é um efeito que pode ocorrer no tratamento com eletrochoque. Mas os defensores do método afirmam que o problema é temporário.

"Na quase totalidade dos casos, é plenamente reversível em um período de duas semanas a um mês", diz o psiquiatra José Alberto Del Porto, da Unifesp.

Segundo ele, excepcionalmente surgem falhas da memória biográfica, com lacunas em alguns pontos da história de vida do paciente, que podem persistir por um tempo maior.

"Em geral, isso não compromete a rotina da pessoa e pode ser revertido."

Para Antonio Mourão Cavalcante, psiquiatra da Universidade Federal do Ceará, mesmo que os problemas só ocorram em uma minoria de pacientes, é importante discuti-los. "O jogo tem que ser aberto."

Ele pondera que os relatos de pacientes atestam perda de memória e, também, evidências de recuperação. "Mas não sabemos ainda se ficam sequelas e qual a grandeza delas."

Quando ocorre o deficit de memória, uma alternativa é fazer um programa de reabilitação neuropsicológica. "Tem resolvido o problema para a maioria das pessoas", afirma Sérgio Paulo Rigonatti, coordenador do serviço de eletroconvulsoterapia do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Ele destaca a importância de garantir a autonomia do paciente. "Ele e a família têm que saber antes o que vai acontecer. O tempo de fazer qualquer tratamento às cegas já passou."

INDICAÇÃO

José Alberto Del Porto, da Unifesp, afirma que, nos casos indicados, como depressão profunda, a eletroconvulsoterapia ajuda a maioria das pessoas. "O médico sempre tem que avaliar o risco-benefício, mas temos certeza de que pode ajudar muita gente."

Porto explica que o número de sessões é individual. "Não é o usual, mas há pacientes que precisam fazer até 35 aplicações."

O aumento das doses, porém, não é garantia de sucesso. "Para qualquer tratamento, sempre há pacientes que não respondem."

Uma questão levantada por Cavalcante é a indicação. "O eletrochoque é indicado para quadros psiquiátricos específicos. Mas, na prática, temos muitos diagnósticos errados. E daí, vamos usar um método agressivo que não vai dar certo?"






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