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Argentinos são 2° maior grupo do Mais Médicos, só atrás dos brasileiros. Lá, profissionais também têm jornada de 70h semanais, segundo "Clarín".
Médicos argentinos vêm trabalhar no Brasil pelo dobro do salário, diz jornal
Médicos argentinos que vêm para o Brasil pelo programa federal Mais Médicos devem ganhar o dobro do salário pago por seu país de origem, informou uma reportagem publicada nesta quinta-feira (5) pelo jornal argentino "Clarín". Segundo o Ministério da Saúde brasileiro, os profissionais inscritos deverão receber uma bolsa de R$ 10 mil por mês para uma jornada de 40 horas semanais.
Já na Argentina, segundo a reportagem, os médicos precisam fazer plantões e acabam cumprindo 70 horas de trabalho por semana. Além disso, no Brasil, eles terão cobertas despesas com viagem, alojamento e alimentação, um mês de férias por ano e o acompanhamento de dois parentes diretos. O programa está previsto para durar três anos, mas poderá ser renovado por mais três.
Os argentinos são o segundo maior grupo do Mais Médicos (73), atrás apenas dos brasileiros (99), destacou o "Clarín". Isso sem mencionar os 4 mil cubanos, que virão ao nosso país por um acordo entre o governo e a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
Preocupação na fronteira
A reportagem diz também que as cidades da fronteira argentina estão ainda mais preocupadas com a emigração dos médicos para o país vizinho. Na localidade de El Soberbio, província de Misiones – que faz fronteira com os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul –, por exemplo, dos oito profissionais que atendiam à população, três já se mudaram para o Brasil.
Segundo publicou o "Clarín", o ministro de Saúde Pública de Misiones, Oscar Herrera Ahuad, chegou a protestar que "estão levando nossos médicos sem importar a especialidade, o que é algo que nos preocupa muito". Ahuad disse ainda que pretende conversar com o governador da província para que se oficialize uma queixa contra o Brasil, já que a maioria dos médicos que estão deixando a Argentina atuava em regiões precárias e necessitadas.
Na capital de Misiones, Posadas, há um médico para cada 196 habitantes, contra um profissional para 1.463 habitantes no lado de cá da fronteira.
O jornal argentino citou, ainda, que há um medo de que essa seja apenas a "ponta do iceberg", pois na sexta-feira que vem (13) será aberta a segunda chamada do Mais Médicos. Só em Misiones, estima-se que a próxima convocação deixará um novo deficit de 20 profissionais.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil tem 1,8 médico por mil habitantes (em cinco estados, porém, há menos de um médico por mil), contra 3,2 na Argentina, 3,7 no Uruguai, 2,7 no Reino Unido e 4 na Espanha, apontou o "Clarín".
Fonte:
Do G1, em São Paulo
URL Fonte: https://www.reporternews.com.br/noticia/10327/visualizar/
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