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Sábado - 13 de Novembro de 2010 às 08:13
Por: Amanda Alves

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Vinte e três por cento dos óbitos masculinos registrados em Mato Grosso são por causa violenta (homicídio, suicídio e acidente). O índice é o maior do país e se repete em Cuiabá. A média nacional é de 14,9%, segundo pesquisa de Registro Civil do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre as mulheres, a cada grupo de 100 óbitos, 7,4% morrem por causa violenta no Estado.

Seguem no topo da lista, dos estados que têm maiores índices de mortes masculina por causa violenta, Espírito Santo (21,3%), Alagoas (21,1%) e Pará (20,1%). O levantamento feito a partir da coleta de informações prestadas por cartórios de registro civil, varas da família, foros e tabelionatos de notas de todos Brasil, considera os registros de 2009.

Em Mato Grosso, das 8.589 óbitos masculinos, 2.044 foram em decorrência de homicídio, acidentes (doméstico ou trânsito) ou suicídio. Já entre as mulheres, das 4.802 mortes, 359 foram por morte violenta. Somente na Capital, 388 homens morreram de forma violenta, enquanto mulheres foram 64. A proporção de mortes em geral é 3,2 óbitos masculinos para cada 1 feminino.

O sociólogo do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Naldson Ramos, avalia que para cada causa, há motivos diferenciados e soluções a serem pensadas pelo poder público. "Em relação ao suicídio, são questões subjetivas, mais psicológicas que levam a um homem se matar. Embora tenhamos que considerar a situação da família e contexto social em que ele vive".

Em relação ao trânsito, as condições das estradas aliadas à irresponsabilidade dos motoristas podem influenciar no número. "Os jovens são os que mais morrem e provocam estes acidentes em finais de semana. Então, temos a imprudência e a malha viária ruim que contribuem".

Naldson cita o caso das BRs 163 e 364 que ligam o Estado às regiões Sul e Norte, assim como a BR-070 que vai até Rondônia. Esta, segundo ele, tem um planejamento antigo, da década de 70 e que não comporta mais o tráfego atual. "Têm muitos pontos de estrangulamento e pista irregular".

Mas, o que mais requer políticas, na opinião do sociólogo da UFMT, são os homicídios. "Este é um fenômeno multidimensional, que segundo o governo está 60% relacionado ao tráfico de drogas".

Ele avalia que o posicionamento dianteiro do Estado em relação à violência em várias pesquisas reflete uma realidade social, que precisa ser mudada. "Não falta só policial, falta política social de educação, lazer, e desintoxicação dos jovens", diz Naldson, que aponta ser a arma o meio mais utilizado para resolução de problemas no Brasil. "Nós temos a cultura de resolver os conflitos só com força. Os jovens, principalmente, brigam facilmente em bares para enfrentar o perigo por não ter inteligência emocional".





Fonte: A Gazeta

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