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Saúde
Segunda - 25 de Outubro de 2010 às 13:43
Por: Isa Souza

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Apesar de Mato Grosso ainda não ter registrado, oficialmente, casos da bactéria Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase (KPC), conhecida como "superbactéria", a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou que o Estado fique alerta.

Além de Mato Grosso, o Rio Grande do Norte, Rondônia, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, Alagoas, Maranhão, Pará, Amazonas, Pernambuco, Tocantins, Acre, Roraima, Piauí e Sergipe também não registraram casos da doença.

Para tentar evitar novos casos, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, anunciou na última terça-feira (19) que será dificultada a venda de antibióticos. Os remédios, tomados de forma indiscriminada e comprados facilmente sem receita médica, são os principais responsáveis pela nova enfermidade.

A superbactéria é formada por várias bactérias que desenvolvem resistência a grande parte dos antibióticos, devido mutações genéticas, ao longo do tempo. Com as mutações as bactérias passam a produzir enzimas, que tornam grupos de micro-organismos comuns, como a KPC.

Entre os remédios que ficam ineficazes diante de uma superbactéria estão as carbapenemas. Outros como a polimixinas e tigeciclinas são usados no combate à doença, mas apenas em casos de emergência. De qualquer modo, o uso sem critério das substâncias acabam tornando-as inócuas no futuro.

Outro mecanismo de desenvolvimento de superbactérias é a transmissão por plasmídeos, ou seja, fragmentos do DNA que podem ser passados de bactéria a bactéria, mesmo entre espécies diferentes. No Brasil circulam algumas bactérias multirresistentes, como a SPM-1 (São Paulo metalo-beta-lactamase), além da KPC.

Vale lembrar que até então a superbactéria é um fenômeno restrito apenas em ambiente hospitalar.

Em entrevista ao Diário de Cuiabá, o professor Francisco Kennedy de Azevedo, membro da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) do Hospital Universitário Júlio Müller, também destacou que a KPC não é nenhuma novidade e circula, principalmente, entre os pacientes que passam por longa internação em Unidades de Terapia Intensiva (UTI).

Além destes, outras vítimas, também transmissores, são aqueles que passam por tratamento em que há necessidade de procedimentos que podem funcionar como porta de entrada da bactéria. A traqueostomia e a sonda vesical são exemplos.

Contaminação por Estado

De acordo com a Anvisa, São Paulo registrou a morte de 24 pacientes contaminados pela superbactéria KPC, entre julho de 2009 e outubro de 2010.

O Distrito Federal teve 183 casos, com18 mortes; no Paraná 24 casos; 18 na Paraíba; 12 em Minas Gerais; 4 em Goiás; 3 no Espírito Santo e 3 em Santa Catarina. Mas os números devem ser maiores, pois há subnotificação.

Medidas básicas de prevenção nos hospitais

- Identificar precocemente o paciente com infecção
- Medidas de isolamento de contato até a alta do paciente
- Quarto privativo quando possível, ou quarto com paciente que apresenta infecção pelo mesmo micro-organismo
- Higienização das mãos
- Uso de luvas e avental
- Limpeza e desinfecção de superfícies, equipamentos e artigos
- Visitas restritas






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