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Cidades/Geral
Quarta - 11 de Agosto de 2010 às 08:30
Por: Caroline Rodrigues

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Ação incomoda eleitores que afirmam já repensar votos que vão dar nas urnas em outubro deste ano
Ação incomoda eleitores que afirmam já repensar votos que vão dar nas urnas em outubro deste ano

Os cavaletes e bandeiras utilizados pelos candidatos nas rotatórias e canteiros das principais avenida de Cuiabá prejudicam o trânsito e aumentam o risco de acidentes. Apenas no acesso ao Centro de Eventos do Pantanal, 50 estruturas de tamanhos variados tomavam conta do espaço na tarde de ontem. Além da poluição visual, a "estratégia" de divulgação é desumana com os funcionários dos partidos, que ficam em locais isolados, sem água ou banheiro próximo. Eles precisam contar com a boa vontade dos comerciantes para conseguir atender às necessidades básicas.

Segundo a legislação eleitoral, os cavaletes podem ser colocados, desde que sejam móveis e não atrapalhem o trânsito. As regras são desrespeitadas a partir da colocação. Os caminhões param na lateral das vias, em horário de pico, para descarregar as estruturas. O trabalho faz os congestionamentos aumentarem no início de manhã e no final e revoltam os motoristas. Além disso, os trabalhadores que descarregam e carregam as placas não possuem qualquer tipo de segurança para a atividade.

Outro problema é a visibilidade durante o contorno. O advogado Signeudo Santana, 63, fala que reprova a ação dos candidatos. Ele mudou de ideia sobre o voto, depois que viu a opção dele no canteiro.

Santana conta que não consegue ver quem esta nos outros sentidos e quando tem um pedestre, a situação fica ainda pior. Ele acredita que as estruturas são um problema porque contribuem para a poluição visual, além de favorecerem os acidentes. "Eu acredito que uma pessoa que não tem compromisso com a cidade, não pode ser eleita. Hoje, as pessoas são mais esclarecidas e não concordam com esta postura".

O comerciante Érico Werner Finger, 47, também é contra a divulgação por meio de cavaletes. Ele acredita que o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) devia proibir, ou pelo menos limitar, a quantidade de cartazes por rotatória. Ele ressalta que os canteiros e rotatórias são locais públicos e deveriam ser respeitados. "O candidato que não respeita o direito da população agora, vai fazer coisa pior quando tiver o poder nas mãos".

A competição está presente na quantidade, tamanho e qualidade dos materiais. Os menores têm medida aproximada de 90 centímetros de largura por 1,20 metro de altura, bem como estrutura de compensado. Os mais elaborados possuem estrutura de ferros e a imagem está impressa em lona, chegando a atingir 2 metros quadrados.

Os cavaletes e bandeiras são deixados no começo da manhã e resgatados no final da tarde. Apenas 1 dos partidos deixa funcionários para cuidar dos objetos.

O motociclista Maurício Alves, 44, diz que o abandono do material também é outro problema. Ele reclama que as placas são derrubadas no meio da avenida e obstruem a passagem. As pessoas que estão de moto precisam andar com preocupação para não baterem de frente com objeto no percurso. A colisão, na opinião dele, pode ser fatal.

Trabalhadores - As pessoas que são contratadas para trabalhar vigiando os cavaletes ou sacudindo as bandeiras dos políticos passam dificuldades durante o trabalho. Elas não querem se identificar porque muitas estão desempregadas e precisam do salário, que é de aproximadamente R$ 500 por 12 horas trabalhadas.

Em um dos canteiros, a reportagem encontrou R, 24. Ela protegia-se do sol atrás de uma das placas e disse que estava com sede. Não havia comércio perto e ela escondeu-se no mato para fazer as necessidades. A mulher relata que chegou no comitê por volta das 6h30 e em seguida foi deixada na rotatória. O café da manhã chegou às 12h e o almoço às 15h. As refeições vieram acompanhadas de uma porção de líquido, transportada em uma sacola plástica. "Eu não sabia que era tão sacrificado. Caso amanhã não mudem minha função, vou desistir".

A funcionária estava sentada em um pedaço de papelão no meio do canteiro central desde o início da manhã e a perspectiva era ficar no local até às 18h.

Panfletagem - O ato de panfletar é proibido pela legislação municipal desde janeiro deste ano, mas é usada por alguns candidatos. Um deles, estava com uma equipe de aproximadamente 7 jovens na avenida Miguel Sutil, na rotatória de acesso ao bairro Despraiado. Eles entregavam o material impresso, que era jogado no chão por eles e também pelos condutores.

Carros de som - Os carros utilizados na propaganda política são aferidos pela Coordenação de Poluição Sonora da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano (Smades). Até ontem, 50 veículos foram regulados pelos técnicos e receberam alvará.

O responsável pelo setor, Ademir Gomes de Moura, fala que o volume permitido é de 60 decibéis e o horário de funcionamento dos carros é até 22h.

Quando começaram os trabalhos, os técnicos receberam carros com volume de até 90 decibéis, que a legislação autoriza apenas para shows com grande público em locais afastados ou com acústica isolada.

O barulho acima do permitido pode trazer problemas de saúde e até mesmo alterar a estrutura de imóveis.

Outro lado - A reportagem entrou em contato com a Smades sobre a poluição visual e panfletagem nos canteiros e até o fechamento da edição não obteve resposta.

O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) informou, por meio da assessoria de imprensa, que existem 16 processos instaurados e 37 representações do Ministério Público Estadual sobre problemas em propagandas eleitorais.

Denúncias - As pessoas podem denunciar ilegalidades na eleição pelo site: www.tre-mt.gov.br ou pelo telefone 0800 6478191.

As reclamações de poluição sonora podem ser feitas pelos telefones 3645-6110 ou 9982-3210. 





Fonte: A Gazeta

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