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Saúde
Quinta - 29 de Julho de 2010 às 08:11

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A Formação Médica no Brasil está sendo o tema central dos debates do primeiro dia do XII Encontro Nacional das Entidades Médicas, que teve início na manhã desta quarta-feira (28), na sede da Associação Médica de Brasília, em Brasília.

O evento foi aberto pelo 2º vice-presidente do Conselho Federal de Medicina, Aloísio Tibiriçá, que apresentou informações gerais sobre o mecanismo de funcionamento do Enem – neste primeiro dia, pela manhã, foram apresentadas três palestras pelos representantes da AMB, CFM e Fenam, todas tendo como eixo o tema central “Formação Médica”.

AMB apoia exame único para residência médica

Durante a sua palestra no período da manhã, José Luiz Gomes do Amaral, presidente da AMB, defendeu a adoção de um modelo único de exame para selecionar os candidatos à residência.

 “Propomos a realização de uma prova única, como a conduzida pela Associação Médica do Rio Grande do Sul, mas expandida para uma fase prática e nacional”.

O presidente da AMB também pediu cautela na adesão de doutrinas generalistas. ”A necessidade não pode fazer do médico refém do gestor de saúde”.

Em relação à revalidação médica, Gomes do Amaral atentou para uma particularidade que pode causar danos à população.

“Apenas nos países do mundo em desenvolvimento é possível graduar-se e exercer a profissão médica. Nos outros, para atuar como médico, é essencial a especialização”.

Ele concluiu pedindo que o texto final fosse resumido com um número pequeno de propostas fortemente alicerçadas, pois essas podem trazer resultados mais eficazes.

CFM defende o fim da abertura indiscriminada de escolas médicas

O presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Roberto Luiz d’Avila, defendeu o fim da abertura indiscriminada de escolas médicas, o aumento do número de vagas de residência e a revalidação obrigatória de diplomas médicos obtidos no exterior.

Para o presidente do CFM, a abertura de uma nova escola médica deve ser condicionada à oferta de um currículo adequado, à necessidade social e à existência de hospital universitário próprio e de vagas para residência.  “Há mais de dez anos lutamos para o fim da abertura indiscriminada de escolas – e nesses dez anos o número de escolas foi dobrado”, afirmou.

O presidente do CFM também afirmou que as entidades médicas devem exigir das autoridades competentes a oferta de residência médica para todos os egressos de cursos de medicina.

 “A residência é muito importante para a formação do médico; por isso, a Comissão Nacional de Residência Médica deve ser fortalecida e seu funcionamento adequado deve ser garantido”, disse.

Por fim, defendeu a participação das entidades médicas no exame nacional unificado de revalidação de diplomas obtidos no exterior – exame este que deve ser composto por provas práticas e teóricas. 

Fenam quer o fechamento das péssimas escolas de medicina
 
O presidente da FENAM, Cid Carvalhaes, enfatizou que esta edição do ENEM oferece o encaminhamento de soluções concretas, mais bem planejadas, mais bem definidas, de tal maneira que tenhamos condições de soluções concretas, em termos de avanço e posições mais sólidas, que sejam positivas tanto para os médicos como para a população em geral.

“Os três temas, como a formação médica, o mercado de trabalho e remuneração, e as políticas de saúde e relação com a sociedade são de grande relevância e interdependentes uns dos outros".
 
A palestrante da Fenam, Maria do Patrocínio, chamou a atenção sobre a carreira de docente na área médica, dizendo que não basta ser médico para ser docente, e, cada vez mais, é necessário que os profissionais dedicados à carreira docente se aperfeiçoem com didática e cursos específicos. ”Para ser docente não basta ser médico, fazer uma pós, é preciso investir em metodologia de ensino”, completa.
 
Após as palestras e antes da abertura dos debates, Carvalhaes apresentou a posição da FENAM, defendendo o fechamento das escolas médicas que não atendem os critérios necessários para a boa formação profissional, dizendo ainda que “as seleções não podem se constituir em estímulo para cursinhos caça níqueis e privilégios ou perseguições”, afirmou.

Representatividade

O XII ENEM reúne cerca de 500 lideranças médicas de todo o país, representando as áreas associativa, conselhal e sindical, e discutirá, de 28 a 30 de julho, as prioridades das entidades médicas nacionais e o rumo de  suas ações em defesa da saúde em geral e do fortalecimento do movimento médico nacional.

Três eixos temáticos orientarão a agenda de debates: nesta quarta-feira pela manhã aconteceram as discussões sobre formação médica; na quinta-feira, o assunto central será mercado de trabalho e remuneração. O tema SUS, políticas de saúde e relação com a sociedade está reservado para o último dia.

O resumo das discussões do evento será condensado no documento “Carta de Brasília”, que será distribuído à sociedade e encaminhado aos candidatos às eleições 2010, como forma de contribuição do movimento médico ao aperfeiçoamento e consolidação do sistema de saúde nacional.

Transmissão ao vivo

Uma das novidades do XII Encontro Nacional das Entidades Médicas, organizado pela Associação Médica Brasileira, Conselho Federal de Medicina e Federação Nacional dos Médicos é a transmissão ao vivo pela internet. Além disso, o ENEM também tem um site exclusivo, onde serão disponibilizadas todas as informações do evento (http://medico.cfm.org.br/enem).

Abertura oficial

A solenidade de abertura do XII ENEM está prevista para às 19h00, no auditório principal da AMBr. A presença do Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, já está confirmada. Além dele, participarão também o representante do MEC e os presidentes da AMB, CFM, Fenam, Academia Nacional de Medicina e Associação Nacional dos Médicos Residentes.






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