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Saúde
Sábado - 10 de Julho de 2010 às 06:40

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Desde que a Nintendo lançou o Wii, jogadores vêm interagindo com personagens e fazendo ginástica com professores virtuais.

Agora, pesquisadores, cientistas e desenvolvedores de jogos estão usando o console da fabricante como ferramenta para a saúde e, em alguns casos, estão conseguindo bolsas de milhões de dólares para criar novas tecnologias.

Fred Prouser 2.jul.2009/Reuters
Demonstração de um console da Sony com sensor de movimento, nos EUA
Demonstração de um console da Sony com sensor de movimento, nos EUA



Em uma conferência em Boston, recentemente, mais de 400 pesquisadores se reuniram para encontrar maneiras inovadoras de usar games com sensores de movimento para ajudar médicos e pacientes.

Com o financiamento do Instituto Nacional de Saúde dos EUA, a Red Hills Games e a Escola de Enfermagem da Universidade da Califórnia estão usando o Wii para criar jogos que ajudam pacientes com Parkinson a melhorar o equilíbrio. Um deles, chamado "Rail Runner", faz as pessoas levantarem e sentarem para operar um carrinho de mão que corre em trilhos de trem.

"A maioria dos pacientes tem entre 70 e 80 anos e eles adoram esses jogos", diz Bob Hone, diretor criativo da Red Hill. "Eles querem algo que vá tratar a doença e esses jogos são feitos especialmente para eles."

A empresa está usando tecnologias semelhantes em jogos para melhorar o andar e o equilíbrio de crianças com paralisia cerebral.

"Essas crianças têm problemas físicos, então levamos isso em conta para fazer jogos que as fazem sentir como se estivessem andando e atingindo a linha de chegada com sucesso", diz Hone.

NEGÓCIOS EM EXPANSÃO
Ainda neste ano, a Sony vai lançar o PlayStation Move e a Microsoft entra com o Kinect para Xbox 360. Esses novos aparelhos devem aumentar o mercado dos jogos mas também oferecer aos pioneiros que criam jogos para a saúde mais opções para inventar novas tecnologias.

"O impacto disso será tão grande quando o lançamento do Wii e do Wii Fit, porque a tecnologia vai se estender a outras plataformas", diz Stephen Yang, pesquisador e professor da Faculdade de Courtland, em Nova York.

"Há muitos desenvolvedores de jogos que querem usar essas interações físicas e trazer novas experiências que serão divertidas e úteis para os pacientes", afirma.

O médico John Lumpkin, vice-presidente da Fundação Robert Wood Johnson, viu em primeira mão os avanços que os controles com sensores de movimento permitiram em seus pacientes e em seus próprios filhos.

"Esses jogos estimulam o movimento, que aumenta a frequência cardíaca e queima calorias", diz Lumpkin. "Até um jogo com movimentos simples, como tocar bateria no "Rock Band" pode fazer o jogador queimar o dobro de calorias por hora do que se ele ficasse só sentado, enquanto um jogo mais vigoroso como o "Dance Dance Revolution" queima até seis vezes mais calorias", afirma o médico.

O que é mais animador para Lumpkin e para muitos nesse campo de estudos é que hoje os pesquisadores estão usado a prancha de exercícios do Wii para ajudar vítimas de derrame a recuperar o equilíbrio, com resultados tão bons quanto os obtidos em um equipamento que custa US$ 18 mil.

A economia é uma das razões para que o setor de jogos para a saúde venha crescendo exponencialmente nos últimos seis anos, sem sinal de diminuir o ritmo.

"Quando você vê a atividade econômica associada à saúde nos Estados Unidos, o volume é de 16% do PIB. Até em países que gastam menos em saúde pública o volume é grande", diz Ben Sawyer, cofundador da Games for Health.

"Mesmo desenvolvedores pequenos têm recebido financiamentos de dezenas e até centenas de milhões", diz Sawyer. "Quando você soma esses números com as vendas de jogos como o "Dance Dance Revolution" e o "Wii Fit", o setor de jogos para a saúde vale mais de US$ 1 bilhão hoje em dia." 





Fonte: Reuters

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