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Educação/Vestibular
Segunda - 05 de Julho de 2010 às 08:54
Por: Brás Henrique

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O município de Cajuru, de apenas 27 mil habitantes e situado na região de Ribeirão Preto, conseguiu uma proeza dupla na avaliação de 1.ª a 4.ª série no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb): foi o município com a melhor média do País (8,6) e emplacou as três primeiras escolas dessa faixa do ranking. E as outras três escolas municipais não fizeram feio: chegaram em 5.º, 6.º e 11.º lugar.

 

A notícia foi muito festejada pelos educadores da cidade. Na Escola Municipal de Ensino Básico (Emeb) Aparecida Elias Draibe ? a campeã brasileira do Ideb, com nota 9,0 ? o clima era de surpresa. A diretora, Rita de Cássia Fonseca Salvador Souza, admite que esperava apenas melhorar o índice anterior (ocupou a sétima posição, com nota 7,2). Quando soube da nova avaliação, achou que era trote. "Aqui temos um comprometimento com professores e funcionários, e isso se reflete nos alunos", diz Rita.

A professora Ilda Mara Torrano, de 54 anos, confirma que, no início de ano, os professores lançam um desafio aos alunos: tornar a escola, de 300 alunos, a melhor da cidade. "Mas ser a primeira do País nem a gente esperava", diz.

A festa também se estendeu para outras duas escolas municipais da cidade: a André Ruggeri e do Bairro Dom Bosco. Ambas dividiram a segunda colocação, com nota 8,8. As demais escolas municipais ranqueadas obtiveram nota 8,5, 8,3 e 8,2.

Modelo. "A nossa prioridade era educação e saúde na cidade, e fizemos um diagnóstico do que precisávamos melhorar", diz a secretária da Educação de Cajuru, Isabel Ruggeri Ré, que é mulher do prefeito João Batista Ruggeri Ré (PP). Os cerca de 130 professores da cidade que não tinham Pedagogia no currículo fizeram o curso, em parceria com o Sistema COC, de Ribeirão Preto, além de cursos a distância.

O município adotou, há seis anos, o apostilado do Núcleo de Apoio à Municipalização de Ensino (Name), braço do COC. O projeto Name é usado em cerca de 100 municípios do País, sendo 80% no Estado de São Paulo.

Outras medidas ajudaram a impulsionar a educação na cidade, como a instalação de salas de computação e até de uma sala de cinema. "É o uso da sétima arte na educação", explica Isabel.

Desde 2009 existe ainda o Centro de Atendimento de Especialidades (CAE), para atender qualquer aluno da rede pública com problema de aprendizagem. O CAE já tem local próprio, com psicóloga, psicopedagoga e fonoaudióloga. As crianças são acompanhadas dos pais nesses casos.

Em caso de faltas de alunos, uma ouvidora vai às residências para verificar se o problema é de saúde, social ou educacional, e encaminhas as soluções.

Orçamento. Outros fatores explicam o resultado surpreendente de Cajuru. Do orçamento municipal de R$ 33 milhões, R$ 12 milhões ? o equivalente a 36,3% ? vão para educação, bem acima dos 25% estipulados por lei.

A prefeitura está investindo ainda em cursos técnicos ? de informática, administração e ciências contábeis, todos gratuitos, aos jovens do ensino médio ? a partir de agosto. "Queremos evitar que os adolescentes vão para o corte de cana", diz Isabel.

Na escola campeã do ranking do Ideb, o objetivo daqui para frente é melhorar ainda mais o resultado. "Trabalhamos muito a leitura e, após esse resultado, a nossa responsabilidade vai duplicar", afirma a professora Denise do Prado Silva. 






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