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Saúde
Sexta - 18 de Junho de 2010 às 07:49
Por: Renê Dióz

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Geraldo Tavares/DC

A população de Mato Grosso convive com uma das maiores incidências de escassez médica do país, onde para cada grupo de 931 habitantes existe um profissional para dar conta. A média nacional é de um para cada 578 habitantes. Entre Cuiabá e Várzea Grande, onde está cerca de 26% da população estadual, encontram-se 50,2% dos 3.334 médicos existentes no Estado. O restante está distribuído nos demais 139 municípios. Os números foram divulgados ontem, atestando a precariedade da assistência médica em Mato Grosso.

Os dados foram levantados pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), que cruzou números do IBGE com as inscrições de profissionais e apontou a existência de vários vazios assistenciais nos municípios do interior. A alta concentração dos profissionais médicos, segundo o órgão, ocorre no litoral e nas capitais.

Tanto que, no Centro-Oeste, apenas o Distrito Federal apresenta números melhores que a média nacional, pois para cada médico há a responsabilidade sobre apenas 297 pessoas – o melhor número do país entre os estados da União. Na cidade de São Paulo, a distribuição de médicos por número de habitantes é de nível europeu: um para 239 habitantes. O estado paulista, 411. Já em Roraima, o nível é caracterizado como “africano”, pois há um profissional para cada grupo de 10.306.

O índice mato-grossense é puxado para cima por conta da situação nos municípios do interior. O Conselho Regional de Medicina (CRM) apontou que, enquanto Cuiabá e Várzea Grande (Grande Cuiabá) convivem com a média de um profissional para 467 pessoas (número positivo, se comparado com a média nacional), em algumas das principais cidades do interior a relação pode ser para grupos com mais de mil pessoas, como em Barra do Garças. No município, há um médico para 1.031 habitantes.

Fora dos limites da Grande Cuiabá, o município mato-grossense que melhor se sai na análise do CRM é Sorriso. Mas o índice não deixa de ser preocupante: o município pode até contar com um dos melhores índices de desenvolvimento humano do Estado, mas cada um de seus 83 médicos se sobrecarrega com uma multidão de 723 pessoas para atender.

Contra tamanha centralização dos profissionais médicos, o presidente do CRM, Arlan Azevedo, aponta que os hospitais regionais seriam uma alternativa viável para levar mais médicos ao interior – por meio de concursos públicos - caso fossem melhores estruturados. Ele também chama a atenção para a falta de estímulo à formação de especialistas, como ortopedistas e neurocirurgiões, nas instituições locais.

SALÁRIOS – O presidente cita também a falta de perspectivas para a categoria médica no serviço público do interior como razão para a concentração dos profissionais na Capital. Em janeiro, o Diário mostrou que existem cidades no interior oferecendo salários de até R$ 20 mil para os profissionais, mas a falta de garantias e estrutura para trabalho anula a atratividade do montante. A reportagem não conseguiu falar por telefone com o presidente do Sindicato dos Médicos, Ednaldo Lemos, para comentar o assunto.






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