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Meio Ambiente
Sábado - 12 de Junho de 2010 às 12:15

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O megaprodutor Eraí Maggi, que terá de recuperar área degradada em uma de suas fazendas
O megaprodutor Eraí Maggi, que terá de recuperar área degradada em uma de suas fazendas

O empresário Eraí Maggi firmou um termo de ajustamento de conduta com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), se comprometendo a recuperar parte de uma fazenda de sua propriedade, no Município de Itiquira (357 km ao Sul de Cuiabá).

Além disso, ele terá que pagar uma multa de R$ 5 mil por hectare de uma área de preservação permanente que foi degradada, de acordo com a legislação ambiental.

O termo de ajustamento de conduta foi assinado no dia 11 de maio passado, entre o próprio Eraí Maggi e a Sema, representada pelo secretário-adjunto de Mudanças Climáticas, Alex Sandro A. Marega.

O produtor rural assumiu o compromisso de adotar todas as medidas necessárias visando à cessar, adaptar, recompor, corrigir ou minimizar os efeitos da degradação ambiental em sua fazenda.

Erai Maggi é, hoje, o maior produtor mundial de soja, título que, anteriormente, pertencia ao seu primeiro, o ex-governador Blairo Maggi, pré-candidato a senador pelo PR.

O novo "rei da soja" é proprietário do Grupo Bom Futuro, que atua no setor do agronegócio com, pelo menos, 36 fazendas, distribuídas em várias regiões de Mato Grosso. Na atual safra, segundo dados da Secretaria de Desenvolvimento Rural, Maggi plantou 223 mil hectares de soja, considerada a maior extensão já cultivada no País por um único produtor.

Com produtividade de 54 sacas por hectare, maior que a média do Estado, ele fechará o ano agrícola 2009/10 com produção de 11 milhões de sacas, ou 662,5 mil toneladas, grãos suficientes para encher 17 mil carretas duplas.

A área plantada equivale à metade de todo o cultivo de soja do Estado de São Paulo e sua produção corresponde a 60% da produção paulista. A renda anual com o grão chega a R$ 300 milhões.

Trabalho escravo

Esta não é a primeira vez que Erai Maggi se envolve com problemas relacionados às suas propriedades. Em abril passado, o site Congresso em Foco revelou, em reportagem especial, que a Justiça Federal em Mato levou onze meses para citar o megaprodutor  pelo crime de trabalho escravo.

O "rei da soja" foi denunciado em abril de 2009 pelo Ministério Público Federal (MPF), mas a carta precatória que intimou em Rondonópolis o primo do ex-governador de Mato Grosso e mais quatro acusados, só retornou para a 5ª Vara da Justiça Federal em Cuiabá no dia 29 de março deste ano.

Erai e seus irmãos Elusmar e Fernando Maggi, o cunhado José Maria Bortoli, e o dono da fazenda Vale do Rio Verde, Caetano Polato, reduziram 41 trabalhadores à condição análoga de escravo, segundo a denúncia do MPF.

Os trabalhadores foram libertados da fazenda localizada no município de Tapurah (MT), ainda em janeiro de 2008, pelo Grupo Móvel de Combate ao Trabalho Escravo do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Outro lado

Na ocasião, Eraí Maggi disse, por meio de sua assessoria, que preferia não falar sobre o assunto, enquanto não tivesse uma orientação de sua assessoria jurídica.






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