Principais pontos fracos das escolas são a falta de segurança e o salário dos professores
Enem e outros exames são aprovados por 70% dos brasileiros

O número é maior do que na última pesquisa, em 2006, quando 58% dos entrevistados disseram que as avaliações ajudavam o país. O dado indica que a população entende e aceita o Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes), o Enem, a Prova Brasil e o Ideb (Índice de Desenvolvimento do Ensino Básico) como ferramentas para melhorar a educação.

Diretora-executiva do Todos Pela Educação, Priscila Cruz comemora o resultado. As avaliações, diz ela, deram mais visibilidade na imprensa para os problemas nas redes de ensino, além de servirem para os pais compararem cursos, escolas e faculdades.

- As avaliações permitem demarcar qual a demanda de cada escola, de cada instituto de ensino. Um colégio com nota 2 na Prova Brasil tem necessidades diferentes de um nota 6. Agora as pessoas começam a entender melhor isso.

A pesqusia mostra ainda que caiu o desconhecimento sobre os exames - há quatro anos atrás, 29% dos entrevistados ignoravam a existência das avaliações. Hoje, esse número é de 13%.

- O problema de o Enem ter sido cancelado [após o vazamento da prova, no início outubro do ano passado] não fez com que as pessoas perdessem confiança nas avaliações.

A maior confiança nas avaliações está na região Sul, com 81% das pessoas a favor dos exames. Já a área que menos aprova o Enem e outros indicadores é a região Sudeste, com 16% dos entrevistados dizendo que eles não ajudam o país.

Pontos fracos

Os dois principais pontos fracos das escolas são a falta de segurança e o salário dos professores, segundo o levantamento. O caso não é novo, afirma Priscila Cruz, que lembra que casos de violência nos colégios ganham muito destaque na mídia.

- Acho que chama a atenção das pessoas, porque a escola não é um ambiente onde se espera a violência. Mas o risco de sofrer agressão não é grande muitos acreditam. Os dados captam a percepção da sociedade, não o que ocorre realmente.

A preocupação com o salário dos professores reflete um certo descaso com a categoria ao longo dos anos. O Todos Pela Educação ressalta que as pessoas estão cientes da importância da valorização dos docentes. O salário sozinho, entretanto, não garante a qualidade das aulas, analisa a ONG.