Lobista articulou compra de sentença para Arcanjo no TJ
Ivone Reis de Siqueira, apontada como braço-direito do advogado Max Weytzer de Mendonça, líder do esquema de venda de sentença em Mato Grosso, conforme aponta inquérito da Polícia Federal na Operação Asafe, requerido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), teria articulado a compra de uma sentença para o ex-chefe do crime organizado de Mato Grosso, João Arcanjo Ribeiro, em habeas corpus impetrado no âmbito do Tribunal de Justiça.
Essa suposta "corretagem" de sentença foi constatada pela PF em um do diálogos mantidos entre Maisa Ornelas de Almeida, filha do desembargador Manoel Ornelas, atual corregedor do TJMT, e Ivone Siqueira, segundo apurou a reportagem do Olhar Direto.
Foi no diálogo entre Maísa e Ivone que apareceu o nome do advogado Zaid Arbid, contratado para a defesa de João Arcanjo, preso em 2002 na Operação Arca de Noé, após pleito do então procurador da República José Pedro Taques e decisão do juiz federal Julier Sebastião da Silva, da Primeira Vara.
Em depoimento à PF, a filha de Manoel Ornelas admite que Ivone negociava pela concessão de uma decisão favorável no HC interposto pela defesa de Arcanjo, em cuja folha de pagamento constava magistrados, coronéis, delegados, agentes policiais, deputados estaduais e federais etc.
Segundo a depoente, a quantia a ser paga pela concessão de uma liminar no Habeas Corpus para João Arcanjo seria "muito boa". Porém, não houve decisão favorável ao comendador e Maisa Izabel negou ter aceitado dinheiro. Além disso, a filha do magistrado nega que o pai conhecesse a lobista ou soubesse do assédio sofrido por Ivone.
O Olhar Direto teve acesso com exclusividade ao depoimento de Maisa e constatou que a filha do desembargador mantinha constantes diálogos com Ivone e chegou a ir na residência da lobista, porém negou durante todo o tempo ter cedido ao assédios. As propostas variavam em torno de R$ 10 mil ou R$ 20 mil.
Atualizada às 14h38.
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