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Educação/Vestibular
Quarta - 28 de Abril de 2010 às 03:03
Por: Camila de Oliveira

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 Nesta terça-feira (27), a vice-presidente da Andifes (Associação de Reitores de Faculdade Federais), Ana Dayse Dórea, defendeu o uso da tecnologia na educação como solução para a deficiência no ensino no país. A declaração foi feita durante a apresentação do 2º Encontro Internacional de Reitores da Universia, que vai discutir propostas de reitores de toda a iberoamérica para o ensino superior nos dias 31 de maio a 1º de junho, no México. 

Segundo Ana, que também é reitora da Ufal (Universidade Federal de Alagoas), ainda há muito preconceito contra a EAD (educação a distância). Porém, com o número crescente de adeptos, essa modalidade se tornou um grande negócio para algumas instituições.

- Nós [universidades federais] não damos conta [da demanda apenas] com a educação presencial. Precisamos entender a proposta da EAD e fazer uma educação com qualidade no ensino superior.

Para reforçar a posição das federais, a reitora mencionou o programa de qualificação à distância lançado pelo governo para educadores do ensino básico da rede pública. O desafio no novo método de ensino é capacitar os 350 mil professores do ensino básico. Para Ana Dayse, a EAD é “tão boa quanto for o investimento destinado”.

O ensino a distância que é oferecido hoje no país, no entanto, sofre com improvisações. Em pesquisa divulgada em 2009 pela Unesco, as professoras Bernadete Gatti e Elba Siqueira de Sá Barreto, coordenadoras do estudo, afirmam que os programas de educação a distância no país ainda não têm supervisão e acompanhamento adequados.

 

Bernadete afirma que a EAD é uma grande ilusão para solucionar o problema do ensino no país. De acordo com a professora, esse método só é eficaz em cursos de extensão, como pós-graduação. E mesmo assim faz ressalvas.

- É preciso que o curso a distância tenha professores, orientadores e tutoria bem informados e com material didático de qualidade.

Bernadete defende a formação de educadores por meio de cursos semi-presencias, com contatos quinzenais, como o Pró-Formação, em desenvolvimento desde 1998 e com resultados positivos em Estados como Paraná e Mato Grosso.

- Achar que a EAD é uma solução para o país é correr atrás de mitos, assim como o que dizia que a TV e o rádio iriam educar, quando apareceram.

Longo prazo e cautela

O professor Gil da Costa Marques, coordenador de tecnologia da informação da USP (Universidade de São Paulo), concorda com o depoimento dado pela vice-presidente da Andifes.

 Para ele, é preciso “ir com calma e a passos lentos” com o uso da tecnologia no país. Marques diz que é preciso pensar no método para a formação superior e ter um programa de estudo muito bem planejado. Nesse sentido, a EAD é uma solução para o longo prazo no país. 

 

- Ensino a distância não é apenas distribuir apostilas, como vemos em algumas universidades. É preciso que a instituição aprenda como se faz e pratique de maneira cautelosa o novo ensino.

Para Marques, “é uma pena” que os cursos de pedagogia resistam ao EAD. Ele diz concordar com a reitora da Ufal, que defende que esta é uma solução para capacitar os 350 mil educadores sem curso superior.

Milton Pignatari Filho, coordenador do vestibular do Mackenzie e professor de economia da universidade a distância,  diz que a EAD é uma ferramenta e não uma solução para o problema da educação no Brasil.

- É algo [EAD] que veio para ficar, para complementar. Para os cursos mais teóricos é viável, mas para os que exigem aula prática não é recomendado.

Pignatari defende a educação a distancia como um complemento ao ensino convencional.

- Capacitar educadores por meio do uso da tecnologia é recomendável somente até uma etapa, já que o professor precisa se familiarizar com ambiente de sala de aula e ter uma base teórica e prática. Pesquisa apenas teórica não é uma boa pesquisa.





Fonte: do R7

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