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Saúde
Sábado - 17 de Abril de 2010 às 09:47
Por: Caroline Lanhi

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Higiene bucal e a ida frequente ao dentista também podem diminuir o risco de aparecimento de câncer de boca
Higiene bucal e a ida frequente ao dentista também podem diminuir o risco de aparecimento de câncer de boca

Noventa por cento da população mato-grossense sofre com cárie. O dado é extraoficial, mas parte do processo de observação e investigação dos pesquisadores e estagiários que trabalham na clínica odontológica da Universidade de Cuiabá (Unic). Essa estimativa também vai ao encontro da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad 2008) que revela que 77,9% das crianças brasileiras de 0 a 4 anos nunca visitaram um especialista para tratar da saúde bucal.

Fábio Luis Miranda Pedro é diretor da faculdade de odontologia da Unic e explica que esses 2 dados estão diretamente relacionados, pois se a criança não for estimulada desde cedo para a importância da saúde bucal, ela tem grandes chances de se tornar um jovem ou adulto com cáries e outros problemas bucais.

Para o diretor, uma das explicações para esses índices é que população brasileira ainda não tem consciência de que tratar o aparelho bucal também significa cuidar da saúde. "É uma questão cultural que tem como agravante questões socioeconômicas que atingem grande parte da população", afirma o professor, referindo-se aos altos custos envolvidos nos tratamentos dessa área.

Entre os anos de 2002 e 2009, a quantidade de dentistas vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS) cresceu 49%, passando de 40.205 para 59.958. Ainda assim, 11,7% dos brasileiros ouvidos no Pnad afirmaram nunca ter ido ao dentista. Já entre os que procuraram serviço odontológico, 68,8% foram atendidos pela rede particular.

Miranda concorda que o cenário mudou e que hoje é possível ter acesso gratuito ao serviços odontológicos, seja em clínicas públicas ou universitárias. Entretanto, o professor ressalta que, além do governo continuar investindo na democratização do acesso a esses serviços, é preciso trabalhar com a educação em saúde bucal para, então, mudar o conceito que a população tem sobre os cuidados com a boca.

Assim como existem programas voltados para inúmeras doenças, faz-se necessário investir em informação sobre as enfermidades da boca, como a cárie, as doenças da gengiva e o câncer de boca, pouco mencionado nas campanhas de saúde e que pode ser identificado por meio de um autoexame.

Cárie - Mesmo considerada uma doença infectocontagiosa degenerativa, a cárie não é levada à sério. Tanto que é a principal causa de idas aos dentistas, seguida por problemas da gengiva, extração e patologias severas. O que começa com um "buraco" aparentemente inofensivo pode ser a porta de entrada para outras infecções, inclusive no coração.

No Hospital Geral Universitário, em Cuiabá, os pacientes com problemas cardíacos ou que se preparam para cirurgias no coração - exceto as de urgência - são primeiramente encaminhados à clínica odontológica da Unic para o tratamento bucal. É o que acontece com o jovem André Monteiro Alves, 19, que tem deficiência física e problemas de coração.

No HGU, André é tratado por uma equipe multidisciplinar que trabalha de forma integrada e os dentistas fazem parte dessa equipe. Para evitar complicações cardíacas ou em outra parte do organismo, André vai à clínica odontológica da Unic frequentemente para realizar limpezas e inibir o aparecimento de cáries ou outras infecções.

Câncer - A higiene bucal e a ida frequente ao dentista também podem diminuir o risco de aparecimento de câncer de boca, pouco divulgado nas campanhas de saúde. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, Mato Grosso está no terceiro grupo de estados com a maior taxa de incidência de câncer de boca, 6,43 casos a cada 100 mil habitantes, juntamente com Ceará, Bahia, Piauí, Alagoas e Rondônia.

Apesar de representar menos de 5% do total da incidência de câncer no mundo, no Brasil ele assume importância por causa do câncer de lábio, devido a contínua exposição dos brasileiros à luz solar.

O câncer na cavidade oral pode se manifestar nos lábios, língua, céu da boca, gengiva, amígdala e nas glândulas salivares na forma de feridas que não cicatrizam, caroços, inchaços, áreas dormentes, sangramentos e manchas esbranquiçadas ou avermelhadas. Apesar do principal fator de risco ser o fumo e o consumo excessivo de bebida alcoólica, a falta de higiene bucal também pode levar ao desenvolvimento desse tipo de câncer.

Além de levar uma vida saudável, reduzir o consumo de fumo e álcool, fazer limpeza oral diária e frequentar regularmente o dentista, é possível se prevenir com o autoexame, uma técnica simples que ajuda a identificar anormalidades na cavidade oral (ver box).





Fonte: A Gazeta

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