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Educação/Vestibular
Quarta - 14 de Abril de 2010 às 09:02
Por: Joanice de Deus

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PEDRO ALVES/DC
Reclamações vão desde a falta de professores a restrição de entrada de ônibus. Reitora foi pega de surpresa
Reclamações vão desde a falta de professores a restrição de entrada de ônibus. Reitora foi pega de surpresa

Acadêmicos do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), que conta com aproximadamente 1.500 universitários, estão em greve. Acampados no prédio da instituição, eles têm uma série de reivindicações, que culminam numa política de assistência estudantil de qualidade.

A paralisação, que teve início na noite da última segunda-feira, atinge universitários de cursos como História, Filosofia, Ciências e Serviços Sociais. A entrada do bloco do ICHS foi bloqueada.

De acordo com o coordenador do Diretório Central Estudantil (DCE), Daniel Bretas, o movimento se dá em função de questões estruturais do prédio, que tem goteiras nas salas de aulas e entupimento das tubulações dos banheiros, além da falta de técnicos nos laboratórios, carência do acervo da biblioteca e até mesmo falta de professores.

Neste último caso, um dos exemplos, segundo Bretas, é o curso de Geografia, que de seis disciplinas, três (geohistória, geografia física, humana e econômica) estavam sem docentes. “Essa é uma reivindicação que vem sendo atendida parcialmente”, disse.

Ele explicou que há contratação de professores com dedicação exclusiva para outros cursos ou de substitutos, que não poderiam ministrar pesquisa e extensão. “Todos os anos a gente passa por isso, temos a disciplina atropelada, o que é prejudicial à aprendizagem”.

Os estudantes também criticam o Programa de Apoio aos Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni). Em uma carta-manifesto, eles lembram que o Reuni foi criado por decreto pelo governo federal em 2007, prevendo, até 2012, a ampliação de vagas nas universidades em mais de 100%, mas “sem o aumento proporcional do número de servidores”.

Além disso, observam que não há vagas suficientes na Casa do Estudante Universitário (CEU) e que são poucas as bolsas de permanência diante da demanda.

Outro ponto que vem sendo questionado pelos acadêmicos é o projeto de segurança proposto para a universidade. Daniel Bretas entende que a questão é séria e merece atenção, mas a ideia da administração superior é “isolar” a instituição federal, já que pretende restringir o acesso, proibindo inclusive a circulação de ônibus. “O que é preciso é criar espaços de vivência nas áreas culturais”.

OUTRO LADO – Para a reitora da UFMT, Maria Lúcia Cavalli Neder, a paralisação estudantil tem motivação política. Ela alegou que foi surpreendida com a manifestação e acusou os estudantes de não tentarem um diálogo com a reitoria antes de anunciar a paralisação. “Os estudantes têm todo o direito de se manifestar, porém, a reitoria não recebeu nenhuma solicitação de audiência ou protocolo de reivindicações”. Sobre algumas questões apontadas pelos estudantes, como a contratação de professor substituto, a reitora afirmou que já está autorizada. (Colaborou Andréia Cruz)






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