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Saúde
Quinta - 11 de Março de 2010 às 16:50

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A preservação do cordão umbilical de recém-nascidos em bancos de sangue vem crescendo mundo afora desde que o sangue do cordão foi considerado uma das fontes de células-tronco para o transplante de medula óssea ao ser utilizado em Paris, em 1988.

 

O transplante é indicado para pacientes com leucemias, linfomas, anemias graves, anemias congênitas, hemoglobinopatias, imunodeficiências congênitas, mieloma múltiplo, além de outras doenças do sistema sanguíneo e imune, entre outras 70 indicações.

O sangue que circula no cordão umbilical é o mesmo do recém-nascido. Quando pesquisadores identificaram no cordão umbilical um grande número de células-tronco hematopoéticas, que são células fundamentais no transplante de medula óssea, este sangue adquiriu importância para pessoas que necessitem do transplante. Este é o único uso deste material atualmente.

Vantagens e desvantagens

A eficácia da coleta tem vantagens e desvantagens que, segundo especialistas, devem ser analisadas antes da doação ou pagamento pelo armazenamento. A principal vantagem é que as células do cordão estão imediatamente disponíveis. Além disso, não é necessária a compatibilidade total entre o sangue do cordão e o paciente. Com o uso do cordão umbilical é permitido algum nível de não compatibilidade, ao contrário do transplante com doador de medula óssea, que exige compatibilidade total. A desvantagem é o volume de sangue que pode ser coletado, sem permitir o uso irrestrito do cordão, o que impede de ajudar mais vidas.

Bancos brasileiros

 No Brasil existem dois tipos de bancos, os BSCUP (Bancos de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário) para uso alogênico não-aparentado (uso de material doado por outras pessoas) e os BSCUPA (Bancos de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário para uso autólogo (para uso do próprio recém-nascido). Os BSCUP são os bancos mantidos pelo poder público, integrantes da BrasilCord - rede que abrange bancos do Instituto Nacional do Câncer, do Hospital Albert Einstein e dos hemocentros da Unicamp e de Ribeirão Preto - responsáveis por todo o processo desde a triagem, coleta, testagem, processamento, armazenamento e liberação do sangue de cordão umbilical e placentário.

O sangue armazenado nestes bancos é proveniente de doações, e pode ser utilizado por qualquer pessoa que necessite, inclusive pelo próprio doador, desde que haja compatibilidade e o sangue estiver disponível. Atualmente há 8.000 unidades armazenadas na rede pública.

Já os BSCUPA são bancos do serviço privado, responsáveis por todo o processo desde a triagem, coleta, testagem, processamento, armazenamento e liberação do sangue de cordão umbilical e placentário. O sangue armazenado por estes serviços é exclusivamente para uso autólogo e exclui o seu uso por pessoa da família ou outrem. Há critérios que devem ser obedecidos para que o sangue seja armazenado, como, por exemplo, volume e quantidade mínima de células coletadas, e estar livre de contaminação bacteriana e fúngica.

Como é feita a coleta?

A coleta é feita logo após o nascimento, quando o cordão umbilical é lacrado com uma pinça e separado do bebê, cortando a ligação entre o bebê e a placenta. A quantidade de sangue (cerca de 70 - 100 ml) que permanece no cordão e na placenta é drenada para uma bolsa de coleta. Em seguida, já no laboratório de processamento, as células-tronco são separadas e preparadas para o congelamento.

Estas células podem permanecer armazenadas (congeladas) por vários anos no banco de sangue de cordão umbilical e disponíveis para serem transplantadas. Cabe ressaltar que a doação voluntária é confidencial e nenhuma troca de informação será permitida entre o doador e o receptor.

Segundo especialistas, a criação de bancos brasileiros tendem a desonerar o sistema público de saúde, responsável pela coleta nos bancos públicos. A coleta e o armazenamento de cada unidade custam em torno de R$ 3 mil para o SUS (Sistema Único de Saúde). Já a importação de unidades de sangue de cordão umbilical, vindas de registros internacionais, fica em torno de R$ 50 mil.

Como doar?

As mães que se interessarem em doar o cordão do filho recém-nascido pode fazê-lo por meio das maternidades credenciadas no programa da Rede BrasilCord sem nenhum custo ou em bancos privados onde geralmente paga-se uma anuidade para mantê-lo lá. O processo não pode ser confundido com uma doação universal de sangue que pode ser feita em qualquer hospital ou por qualquer pessoa. Ele é limitado aos hospitais que fazem parte do programa.

Só podem fazer doações as mães com idades entre 18 e 36 anos, que tenham feito no mínimo duas consultas de pré-natal documentadas, que estejam com idade gestacional acima de 35 semanas no momento da coleta e não possuir, no histórico médico, doenças neoplásicas (câncer) e / ou hematológicdas (anemias hereditárias, por exemplo). A mãe também tem estar ciente que, ao doar o cordão, não terá preferência caso precise de um transplante, pois o material coletado pertencerá ao sistema público no qual outras pessoas poderão também ter acesso.





Fonte: Do R7

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