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Educação/Vestibular
Quinta - 11 de Março de 2010 às 08:04
Por: Caroline Lanhi

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Cerca de 1,6 mil professores entraram em greve na rede municipal de ensino de Várzea Grande sem previsão de retorno das aulas para aproximadamente 23 mil estudantes. Uma passeata pela avenida Couto Magalhães foi realizada pelos profissionais, chamando a atenção do comércio e de quem passava pelo local para os problemas que a educação enfrenta. Com indicativo de greve desde setembro do ano passado, os professores exigem a conclusão do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS), reajuste salarial e aplicação de 60% do Fundo de manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) para pagamento de professores.

Segundo a presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT) em Várzea Grande, Maria Aparecida Cortez, o piso salarial do município é o menor do Estado, R$ 656, e o último reajuste foi há 6 anos quando os professores recebiam R$ 491. "Enquanto isso, mais de 300 funcionários são pagos com recursos do Fundeb para outras funções não ligadas à educação".

A categoria exige 18% de reajuste para quem tem magistério e mais 50% desse valor para aqueles com nível superior. Os grevistas também querem receber férias e licenças premium atrasadas e pagamento de hora-atividade para os profissionais interinos, sendo 20h de sala de aula e 10h de hora-atividade, o que, segundo os reivindicantes, não é feito pela administração pública.

Luta diária - Ganhando R$ 625 por mês, a professora contratada E.S.C, 32, trabalha 20h por semana na rede municipal e mais 20h na rede estadual de ensino, onde recebe R$ 1.050. A educadora ressalta que os contratos feitos pela Administração Pública de Várzea Grande são semestrais, o que reduz o valor de férias e 13º salário.

Fora isso, estão os gastos com refeição e transporte e o tempo gasto em casa para preparar as aulas, corrigir provas e trabalhos. Para ela, a greve é muito mais do que uma reivindicação salarial, mas também uma luta pela melhoria do ensino.

A mesma indignação é compartilhada pela professora e coordenadora Eliane Barros, 47, que há 15 anos é efetiva na rede municipal de educação. Eliane reclama por melhores condições de trabalho, pois afirma que a falta do PCCS faz com que coordenadores não tenham direito à remuneração no período de férias.

Por ser professora efetiva pós-graduada, Eliane recebe R$ 1.250 como coordenadora da Escola Professora Maria Pedrosa de Miranda, no bairro Parque Sabiá, com carga horária semanal de 25h. Para melhorar a renda, ela atua como professora contratada - em outro período -, recebendo R$ 700. Com a dupla jornada, ela tem um custo de aproximadamente R$ 200 entre transporte público e alimentação. Segundo Eliane, a falta de estímulo para trabalhar não está só no salário, mas também nas condições em que se encontram as escolas municipais de Várzea Grande.





Fonte: A Gazeta

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