A falta de vagas provoca grande concorrência, que chega até 451 candidatos por vaga
Um em cada cinco cursos oferece no máximo dez vagas no site de seleção pelo Enem
Um em cada cinco cursos que estão disponíveis no Sisu (Sistema de Seleção Unificada) oferecem no máximo dez vagas. O site permite a escolha de vagas em instituições federais usando as notas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).
Há casos de cursos que estão oferecendo apenas uma ou duas vagas no Sisu, o que provoca, por exemplo, concorrência acima de 110 candidatos, chegando a 451. As inscrições da primeira etapa terminam nesta quarta-feira (3), às 23h59.
Foi possível fazer esse cálculo ontem, depois que o MEC (Ministério da Educação) liberou a consulta das notas de corte, relação candidato/vaga, notas mais altas e total de inscritos. Como a adesão ao sistema foi voluntária, algumas instituições decidiram usar esse primeiro ano como um teste. Levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo mostra que, de 1.292 cursos, 273 deles oferecem dez ou menos vagas. Desses, 153 disponibilizaram até cinco vagas e outros 120, entre seis e dez.
Todas elas estão na chamada "ampla concorrência", em que não entram aquelas reservadas aos sistemas de cotas - raciais ou sociais. Do total de vagas que as 51 instituições participantes oferecem a cada vestibular, 50,3% estão no Sisu, mas essa média esconde aquelas que decidiram restringir significativamente o acesso pelo sistema.
O caso mais emblemático é da Universidade Federal de São João Del Rei (MG), que decidiu colocar apenas 31 das suas 785 vagas - o que significa menos de 4%. Oito cursos têm apenas uma vaga no sistema, entre eles medicina e arquitetura e Urbanismo. Inicialmente, a instituição imaginava usar o Sisu para algo entre 10% e 25% das vagas.
A restrição fez com que a universidade tenha algumas das notas de corte mais altas de todo o concurso e as maiores concorrências. Em medicina, são 435 estudantes para apenas uma vaga. Em psicologia, 123, e 122 em arquitetura e urbanismo.
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